A fake news sobre Vacina da Pfizer: como funcionou?

Segundo a reportagem, os contatos com os influenciadores de vários países começaram a partir de um e-mail enviado em maio deste ano. Na mensagem, a agência Fazze disponibilizava um roteiro com instruções de não falar que o conteúdo era patrocinado, e que o youtuber agisse como se tivesse paixão e interesse pelo tópico. As instruções também pediam para que os influencers compartilhassem uma notícia do jornal francês Le Monde sobre vazamento de dados da Agência Europeia de Medicamentos. A noticia, mesmo sem relação, servia para dar mais crédito a informação que a vacina da Pfizer tinha uma mortalidade três vezes maior do que quem tomou o imunizante da AstraZeneca. Além disso, a fake news ainda contava com várias informações verdadeiras fora de contexto. As “informações” usavam o número de pessoas que morreram em países algum tempo depois de terem recebido alguma vacina contra a COVID-19. Como na época que os dados foram coletados, a maioria dos países europeus estavam na maioria do tempo se imunizando com a Pfizer, os dados pareciam mais críticos. Porém, não é por que alguém morreu após tomar a vacina que ela foi a responsável pelo falecimento. Em uma das ofertas proposta pela agência, o pagamento pela participação na campanha chegava a dois mil euros, cerca de 12 mil reais sem impostos. Ainda segundo a reportagem da BBC, um youtuber brasileiro estava envolvido com a campanha: Everson Zóio, que atualmente conta com mais de 3 milhões de seguidores, e que fez sua fama a partir de vídeos de pegadinhas na plataforma. Logo depois que a reportagem da BBC foi publicada, os vídeos relacionados a teorias de conspiração das vacinas feitos por Zóio foram deletados de seu canal, e ele não comentou o assunto até o fechamento dessa matéria.

A responsabilidade pela “campanha”

Na investigação feita pela reportagem da BBC, foi descoberto que a agência Fazze faz parte de uma outra empresa, a AdNow, que tem sua sede localizada em Moscou, na Rússia. Porém, quando questionados, os executivos da agência não souberam informar detalhes sobre a campanha. Autoridades da França e Alemanha — países dos youtubers Mirko Drotschmann e Léo Grasset , que fizeram as denúncias — já estão realizando ações policiais para descobrir quem foi o contratante secreto do serviço. Para as autoridades da Alemanha, o principal suspeito é o governo russo, para tentar promover sua vacina, a Sputnik V, diminuindo a credibilidade de outras marcas. Em geral, nenhum dos envolvidos se pronunciou até agora. É importante frisar que caso algum imunizante esteja aprovado no Brasil, ele passa por uma análise pela Anvisa, permitindo assim que o que chega ao público só sejam os seguros. Recomendamos que você se vacine, independente de qual marca estiver disponível no posto de sua cidade, não acreditando em fake news sobre vacina da Pfizer ou qualquer outro imunizante. Fonte: BBC News Brasil Para mais informações sobre vacinas, como o cadastro no e-saúdeSP, fique de olho no Showmetech.

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