Ainda que pareça óbvio, o processador é o componente mais importante de qualquer smartphone, isto porque é ele quem dita quais tecnologias o aparelho será capaz de suportar. Além disso, também é o processador que indicará o quão rápido e eficiente o seu smartphone será em relação aos concorrentes – afinal, um chip mais sofisticado normalmente faz o que os outros já fazem, porém, faz melhor. Sem o processador, ou sem um processador avançado o suficiente, recursos que vão além da simples execução do sistema operacional e dos aplicativos também não funcionariam. Não seria possível guardar seus dados com segurança ou ter funções que ficam sempre ativas, como a Siri e o Google Assistant. Tampouco seria possível navegar na internet, já que os SoCs (Sistema em Chip, na sigla em inglês) incorporam até o modem do seu celular.
Ele influencia as funções e o preço do seu smartphone
Exceto no caso de chips bem específicos, como o co-processador M7, responsável por computar os dados dos sensores de movimento do iPhone 5S, praticamente todas as funções do seu smartphone são centralizadas no processador. A CPU, inclusive, não costuma ser composta de um chip apenas, mas de um conjunto deles. É daí que vem o termo “System on a Chip” ou “SoC“, como falamos acima.
Num SoC como o Snapdragon 865, que é menor que uma moeda de 5 centavos, é possível encontrar as unidades responsáveis pelo processamento gráfico (leia-se tudo o que você vê na tela), os núcleos de processamento, que irão dizer se seu smartphone é quad, hexa ou octa-core, o processador de imagem, que gerencia o sinal captado pelas câmeras e muito mais.
Ano a ano, os processadores incorporam cada vez mais funções. Ao integrar um recurso que antes demandava um outro componente para funcionar, se economiza energia, além de se ganhar velocidade, no funcionamento do mesmo.
Quando o 4G começou a ser implementado nos smartphones, por exemplo, era comum que o modem não fosse incorporado ao processador. O fato da rede ser operada num chip à parte significava, entre outras limitações, maior gasto energético. Hoje, com a implementação do 5G, a história se repete: o Snapdragon 865 é preparado para o 5G, mas faz isso com um chip auxiliar.
E a adoção do chip auxiliar não está condicionada ao smartphone ter 5G, pois toda a rede do Snapdragon 865, incluindo o receptor 4G, está num modem que fica fora do processador. Isso também significa que mais espaço será consumido nos componentes, obrigando os smartphones com esse chip a serem maiores ou a sacrificarem o tamanho de outras peças, como a bateria.
Além disso, como todos os modelos equipados com o SD865 obrigatoriamente terão 5G, isto também deve deixá-los mais caros. Ainda que essa nova rede esteja longe da realidade em alguns países, como o Brasil.
O processador também antecipa funções futuras
Não é só a Qualcomm que faz processadores para smartphones. Embora ela seja a mais lembrada, é importante frisar que a Samsung também faz os chips Exynos, que equipam alguns modelos no Brasil, a Huawei utiliza sua própria linha, Kirin, e a Apple sempre afirma que o fato dela mesma produzir seus processadores lhe dá vantagem sobre a concorrência. No caso da Qualcomm, da Samsung e da Huawei, projetar um único chip que será utilizado em diversos smartphones lançados ao longo do ano, algumas vezes de diferentes marcas, inclusive, significa que o processador precisa dar suporte à tecnologias que ainda não existem no mercado, como câmeras de 200 megapixels e gravação de vídeo 8K. Embora seja improvável que vejamos algo com essas capacidades em 2020, o Snapdragon 865 e o Exynos 990 já estão preparados para elas. É esse mesmo fator que explica o fato de algumas funções de diferentes smartphones serem equivalentes: se todos são equipados com o mesmo processador, é bem provável que todos suportem as tecnologias de carga rápida, renderização de games, e outras, apresentadas com este chip. O que irá fazer a diferença são os demais componentes e como cada fabricante os explora, apenas. Já para a Apple, a filosofia é um tanto diferente: como a empresa tem total controle de sua produção, conhecendo intimamente todos os componentes que equiparão os próximos iPhones e iPads, é possível melhorar apenas o necessário. Isso resulta em um processador equipado para todas as funções do aparelho e em mais eficiência energética. Além disso, o fato do software também ser feito pela mesma empresa impacta em como o processador é capaz de lidar com sistema operacional. Tal razão ainda permite que a Maçã atualize seus dispositivos por mais tempo.
Como escolher o melhor processador pra você
Diferentemente do que ocorre nos computadores, onde vemos um mesmo modelo de notebook com diferentes conjuntos de memória e processamento, os smartphones são vendidos como um pacote fechado. Isso significa que se a fabricante quer obter sucesso em suas vendas, equipará seus aparelhos com o melhor processador possível para uma faixa de preço, no entanto, há exceções. Em muitos casos, é possível que uma fabricante priorize outros itens, como a tela, as câmeras ou o acabamento. Isso ocorre principalmente em aparelhos de entrada e intermediários, já que o equilíbrio entre o preço final e o custo do dispositivo é mais difícil de atingir. Nessas situações, vale ficar ligado nas análises e comparativos e análises de lançamentos que saem aqui no Showmetech; nós sempre levamos em conta o preço e os concorrentes de um aparelho ao avaliar seu desempenho. Por isso, além de a quantos núcleos tem um chip e quais velocidades ele pode atingir, é importante estar atento aos recursos que ele oferece em comparação com os SoCs anteriores, da mesma categoria claro, e aos incrementos: seja em performance, seja em eficiência. Um dos indicadores de eficiência é a litografia, que pode ser entendida como a escala na qual os componentes de um processador são produzidos. Basicamente, quanto menor a litografia, mais transistores podem ser inseridos num chip do mesmo tamanho. A multiplicação dos transistores, além de tornar o processador mais poderoso, permite que ele opere em frequências mais baixas, o que por sua vez se reflete em maior eficiência energética. Uma arquitetura mais moderna normalmente importa mais que uma maior quantidade de núcleos ou uma frequência de operação mais alta. Por exemplo, você já reparou que há anos o mercado mobile possui processadores com aproximadamente 2GHz de velocidade máxima, mas que mesmo assim estão se superando a cada ano? Isso se deve aos esforços da indústria em extrair mais performance com cada vez menos consumo energético. Mas e você, repara no processador antes de comprar um smartphone? Comente e interaja com a gente utilizando o box abaixo. Via: CNET