Para isso, dividimos o line-up da companhia em 4 esferas: Radeon, Ryzen, EPYC e Instinct. Cada qual com seu enfoque específico para determinados consumidores, passando pelo mercado corporativo, uso doméstico e até mesmo o cenário de data centers. A reunião apontou uma grande mudança de paradigma na empresa após Lisa Su assumir o cargo principal dentro da AMD, trazendo maior ambição no patamar de computação em alto desempenho.
AMD EPYC
Uma das categorias que mais vem trazendo bons frutos para a AMD está focada na supercomputação, servidores e HPC (High Performance Computing, ou Computação de Alta Performance em tradução livre). Atualmente os processadores AMD EPYC chegaram na 3ª geração e são considerados como as melhores CPUs de servidor x86 graças a tecnologias como recursos de segurança avançados com o AMD Infinity Guard, altas cargas de trabalho complexo e a Let’s Encrypt, que reduz em até três vezes a latência geral para servidores com certificação de criptografia web. Atualmente a série AMD EPYC 7003 é o mais recente lançamento dessa família, que conta com largura de banda de memória Classe 4, mais pistas para conexão PCIe 4.0 e o Secure Encrypted Virtualization-Secure Nested Paging, oferecendo mais proteção para a integridade de memórias no intuito de evitar ataques. No Brasil a AMD vem investindo gradativamente nessa área, uma vez que ainda são encontradas algumas restrições. Porém, uma parceria com a Dell já foi iniciada para garantir a criação de soluções com os processadores da linha EPYC, assim como alianças com outras empresas para continuar esse processo no país.
AMD Instinct
Talvez a AMD Instinct seja a linha menos conhecida da AMD, porque não se trata necessariamente de um processador ou de uma placa de vídeo, mas sim de um ecossistema. O Instinct é um conjunto de aceleradores para computação de alto nível, englobando cargas de trabalho de HPC e IA (Inteligência Artificial). Esse ecossistema é alimentado pela arquitetura CDNA, específica para o processamento de dados para data centers, por exemplo. A nova arquitetura da AMD consegue oferecer mais aceleração de ML/HPC com Computer/Tensor OPS, design projetado para melhor eficiência energética, features como melhorias na RAS, em segurança e virtualização e escalabilidade pelo AMD Infinity Architecture para o usuário. Hoje o AMD Instinct MI100 consegue entregar desempenho de quase 3,5x maior para HPC e cerca de 7x mais de performance para cargas de trabalho de IA quando se comparado à geração anterior desses aceleradores. O Instinct é um grande solução da companhia para a parte de gráficos de alto desempenho e vem fazendo grande sucesso na área, fornecendo plataformas de peso para cientistas e pesquisadores.
AMD Ryzen
Agora que falamos sobre duas linhas com um público muito específico, chegou a hora de comentar sobre os processadores AMD Ryzen para uso doméstico, corporativo e para games. Lançados inicialmente em 2017 com a arquitetura Zen, essas CPUS da empresa simbolizaram uma grande revolução no mercado, uma vez que a companhia ainda fabricava os ultrapassados processadores FX. Atualmente, a linha de CPUs da companhia estadunidense está saindo em vantagem contra a concorrência da Intel em vários segmentos. A família Ryzen está presente tanto em notebooks quanto desktops, e recentemente a CEO Lisa Su anunciou que esses processadores também chegarão para dispositivos mobile devido a uma parceria com a Samsung. Atualmente há uma grande ramificação desses dispositivos, ao qual tentaremos desvendar as principais nos próximos parágrafos. Antes disso precisamos falar sobre as arquiteturas. No fim de 2020 foram lançados os processadores AMD Ryzen 5000 com a arquitetura Zen 3, que além de melhorias no desempenho, trouxe também impactos significativos ao aumentar a eficiência energética devido ao processo de fabricação de 7 nm, que entrega 19% de melhora em IPC e até 26% de mais desempenho em games. Um detalhe muito importante sobre os processadores AMD Ryzen é que toda a família de produtos utiliza o mesmo soquete da placa-mãe. Dessa forma, se você tinha uma placa-mãe que comprou para usar com um Ryzen 3000 e agora pretende migrar para a linha 5000, não há a necessidade de trocar a placa, uma vez que a conexão entre o processador a mainboard não foi alterada. Segunda a empresa a ideia é garantir maior longevidade de produtos para o usuário. Abaixo você pode ver uma tabela explicando as diferenças principais nas linhas de processadores AMD Ryzen:
Ryzen para desktop
De maneira simplificada dizemos que esses processadores com final “G” são APUs, pois são um processador de bom desempenho, mas que também possuem uma placa de vídeo integrada com desempenho considerável para rodar games. É importante salientar que tirando a linha G e os processadores para notebooks, as outras famílias de processadores Ryzen precisam de uma placa gráfica dedicada para saída de vídeo. O contrário ocorre com os processadores AMD Ryzen da linha “X”, os verdadeiros pesos pesados da empresa para computadores de mesa. Como já dissemos, para utilizar essas CPUs é necessário ter uma placa de vídeo dedicada no PC. Atualmente essa família é dividida na terminação “600”, “800” e “900”. Em linhas gerais, um processador AMD Ryzen 5600X refere-se a um processador intermediário. O AMD Ryzen 5800X equivale a uma CPU de alto nível, enquanto o AMD Ryzen 5900X é um dos mais poderosos da empresa. Para fins de comparação, basta pensar nos processadores Intel Core i5, i7 e i9 e aplicar o mesmo princípio.
Ryzen para notebooks
Com os notebooks as coisas mudam de figura, justamente por não haver a opção de simplesmente trocar o processador Ryzen de um laptop. Porém, de maneira geral dividimos as CPUs pela sigla U, geralmente utilizada em processadores domésticos ou corporativos em que o foco é diversão ou trabalho. Um bom exemplo é o Acer Aspire 3, que conta com processador Ryzen 7 3700U, 8GB de RAM, SSD M.2 de 256GB e tela de 15 polegadas por R$ 3.689 no Magazine Luiza. Por outro lado há os processadores com terminação H. Esses modelos também são voltados para notebooks, mas o foco fica em portáteis de alto performance, principalmente os gamers. Atualmente não há notebooks gamers com processador Ryzen 5000 no Brasil, porém empresas como a Acer já anunciaram alguns modelos, como o Acer Nitro 5, com Ryzen 9 5900 HX, RTX 3080, até 32GB de RAM e até 2 TB de SSD M.2.
Radeon
Por fim, falaremos sobre a divisão de placas de vídeo da AMD: a Radeon. Após passar alguns anos correndo contra a NVIDIA, a chegada de Lisa Su também significou uma grande melhoria no setor de chips gráficos. Atualmente há tanto os gráficos integrados para APUs e notebooks, conhecida pelo codinome VEGA, quanto para desktop, com prefixo ‘RX”. Sobre a VEGA não há muito o que falar, pois são placas integradas a processadores que já explicamos anteriormente, como o Ryzen 5 2400G
Radeon RX 6000
Neste artigo nosso foco será centrado nas RX 6000, ou seja, a família de placas mais recente e poderosa da AMD. Lançadas no fim de 2020, essas placas trazem importantes saltos de desempenho e a microarquitetura RDNA2, que conseguiu atingir uma performance-por-watt de 65% a mais de desempenho que placas antigas da empresa. Porém, o grande destaque da série RX 6000 foi a introdução de Núcleos RT no corpo da placa. Com isso os modelos da AMD são compatíveis com a tecnologia do Ray Tracing, ou seja, um importante recurso de iluminação que utiliza Inteligência Artificial e machine learning para criar composições de cenários super realistas em games. Hoje o modelo topo de linha da empresa e o mais indicado para gameplays em 4K e a 60 frames é a RX 6800 XT, 16 GB GDDR6 de VRAM, largura de banda de 256 bits, TDP de 300 W, 72 unidades computacionais e um clock base de 2015 MHz. A placa é encontrada por R$ 15.813 no Submarino. Por outro lado, a RX 6800 (sem o sufixo XT) também é voltada para alto desempenho, mas levemente menos potente, custando cerca de R$ 10.229 nas Lojas Americanas. Por outro lado, a AMD também lançou a RX 6900 XT, a mais potente placa gráfica da empresa, mas que não é vendida como um produto para gamers casuais ou simples uso doméstico. De acordo com a empresa, a 6900 XT é um projeto feito especificamente para criadores de conteúdo, desenvolvedores ou pessoas que necessitem de modelos super avançados para desenvolver tarefas pesadas.
Radeon RX 6000M
Ademais, a AMD também conta com uma linha própria de placas de vídeo para notebooks, identificadas pela terminação “M”. Anunciadas no início do mês durante a Computex, as Radeon RX 6800M, 6700M e 6600M chegam com a microarquitetura RDNA2, dobro de eficiência energética, largura de banda e com menos latência. Essas placas seguem o mesmo pensamento de placas feitas para desktops, e em geral não apresentam grandes diferenças de performance. Atualmente um dos modelos que mais vem se destacando é o ROG Strix G15, da ASUS, que conta com processador Ryzen 5900HX, Radeon RX 6800M de 12GB, 16GB de RAM, tela Quad HD e taxa de atualização de 165Hz. No momento ainda não há informações sobre a chegada de notebooks com essas placas no Brasil.
FidelityFX Super Resolution (FSR)
Com a chegada do Ray Tracing começou haver a necessidade de tecnologias para ajudar no desempenho das máquinas. Isso acontece pois o RT exige muito das placas de vídeo e atualmente é muito difícil rodar games em 4K e todas as configurações de ray tracing no máximo. Há alguns anos a NVIDIA saiu na frente ao lançar o DLSS e posteriormente o DLSS 2.0, que conseguem gerar mais frames para o jogador quando aciona essas funções. Até pouco tempo atrás a AMD não tinha nenhuma solução para esse tipo de problema, mas que foi recentemente anunciado durante a Computex 2021: o FidelityFX Super Resolution. O FSR funciona da seguinte maneira: pense em um game rodando em 4K nativamente, apenas com o esforço de uma GPU AMD Radeon. Agora, ativando o FSR iremos reduzir esse 4K em 4x, ou seja, tornar o 4K em Full HD. Depois desse processo a imagem será “esticada” para o 4K, dando origem ao que vemos na tela. Aqui o grande problema é que quando simplesmente esticamos uma imagem pequena para uma resolução maior, surge uma gigantesca queda definição e qualidade. O segredo do FSR está justamente aqui, pois no momento em que a imagem for esticada, uma série de algoritmos irá preencher os pontos que faltam com a tecnologia existente nesse recurso. No entanto, ainda não sabemos mais detalhes técnicos sobre o FidelityFX Super Resolution, sendo necessários mais testes e análises para compreender melhor o seu funcionamento. Mas já adiantamos que a tecnologia funcionará tanto para placas AMD quanto para placas da NVIDIA, já que o FSR não necessita de nenhum recurso físico dentro da placa para funcionar.
Radeon Pro
Finalmente, chegamos ao segmento de placas de vídeo para workstations da AMD. Esses modelos, assim como as linhas EPYC e Instinct não são facilmente encontrados no varejo, uma vez que são destinados para um público específico que necessita de muito desempenho para o mercado profissional. Anunciados no início do mês, os projetos mais recentes ficam por conta da Radeon Pro W6800, com 32GB de memória VRAM GDDR6, 6 saídas DisplayPort e potência de 17,83 teraflops, e a Radeon pro W6600, com apenas 8GB de VRAM GDDR6, 4 saídas DisplayPort e performance de 10,40 teraflops. Você pode ver mais sobre a GPU Radeon W6000, que foi lançada este mês, aqui no Showmetech.