A ilha do Sopapo
Antes de falar sobre a história do jogo em si, é preciso destacar o trabalho feito pelos produtores para resgatar os momentos das aventuras de Guybrush Threepwood. Há um caderno com diversas anotações, desenhos e fotografias sobre os muitos feitos do nosso herói. Isso serve como uma recapitulação para quem já é familiar com o desenrolar da história, e também para situar piratas novatos. Nossa aventura começa, na verdade, no futuro, com o filho de Guybrush, que serve basicamente como um tutorial. Depois ele se encontra com seu pai, que começa a contar uma história, sobre como ele conseguiu encontrar o Segredo da Ilha dos Macacos. Porém, muita coisa mudou. Os antigos piratas saíram do poder, e os novatos não respeitam as tradições. Nosso herói precisa dar um jeito de redimir erros do passado enquanto procura um jeito de chegar até à Ilha e enfim descobrir o seu segredo. Obviamente que, como um bom jogo em point and click (apontar e clicar, em tradução literal), precisamos vasculhar todos os cantos dos mapas para encontrar segredos ou então cartas escondidas. Há somente dois modos de jogo, um casual e outro para jogadores veteranos que procuram desafios. Para os casuais, há um livro de dicas que nos mostra pistas, estas que podem ser acessadas até nos darem, literalmente, a resposta para o que estamos procurando. Isso facilita demais a jornada, e ajuda também quem somente quer apreciar a excelente e divertida narrativa do jogo, recheada de piadinhas e acredite, mesmo que algumas delas tenham referência aos jogos antigos, nenhuma delas é forçada igual aos filmes de heróis da atualidade… Enfim, como todo bom jogo do seu estilo, muitas das vezes temos a necessidade de ficar indo e voltando para realizar missões. Por exemplo, uma das mais engraçadas acontece logo no começo da aventura, quando temos que procurar uma árvore que nos dará o cabo para um esfregão. O resultado depois disso é desolador. Imagine mais ou menos uma cena com o Link de The Legend of Zelda retirando a Master Sword do seu lugar, mas tudo ao contrário, ou seja, destruído. Hilário.
Pirataria em Português
Felizmente, Return to Monkey Island possui legendas em português, o que ajuda demais na imersão da história. A adaptação faz algumas mudanças no que é dito em inglês para o nosso idioma, mas nada que possa afetar muito o entendimento. Como dito acima, durante a jornada encontramos algumas cartas escondidas. Elas servem como uma espécie de questionário sobre a franquia, com algumas perguntas que podem ser respondidas. Contudo, só há uma única chance. Depois de errar, elas somem da sua pasta, por assim dizer. Mas ao acertá-las, não se ganha nada. Outra coisa que preciso exaltar aqui são os gráficos de Return to Monkey Island. Apesar de serem bastante diferentes dos primeiros jogos da franquia, eles são muito bonitos e trazem um ar cartunesco que ajuda bastante na história que está sendo contada e não entregam de cara itens escondidos.
O Retorno
Return to Monkey Island marca não só o retorno da franquia, mas também traz a volta de Ron Gilbert e Dave Grossman, desenvolvedores e cabeças responsáveis pelo projeto original. Os dois modos de jogo disponíveis são ótimos, já que não alienam quem procura uma aventura casual, nem quem quer ser plenamente desafiado. A dublagem em inglês ficou magnífica, e a adaptação das legendas ficou muito boa, apesar de alguns poucos momentos estranhos. Os gráficos são muito bonitos e merecem ser apreciados, apesar de serem mais cartunescos que tudo. No geral, Return to Monkey Island cumpre muito bem o seu papel como point and click, além de ser bastante divertido. Mesmo novatos na franquia não se sentirão abandonados, já que há uma explicação de como nosso herói chegou até aquele ponto. No momento, Return to Monkey Island está disponível apenas para o Nintendo Switch e PC, e não se sabe quando será lançado para outras plataformas. Veja também: Para ficar por dentro do mundo dos games, e ver listas como essas com os 10 melhores jogos em 2D/2.5D, e também saber tudo do universo da tecnologia, fique de olho aqui no Showmetech.