Chegando ao Nintendo Switch agora, pela primeira vez com um título exclusivo, Monster Hunter Rise vem com muitas expectativas, tanto pelos fãs quanto pela crítica especializada. Eu me encaixo em ambos os cenários. Será que ele vai me agradar? A resposta é um sonoro sim.

Jogabilidade intensa

A fórmula básica de Monster Hunter está presente em Rise, sem grandes mudanças. Escolhendo entre uma seleção de 14 armas, o jogador sai em missões para caçar monstros, e depois que os elimina pega partes deles, que podem variar desde uma simples escama até um estômago, que são usados na confecção de novas armas e armaduras. O jogo inteiro se passa nesse loop, com a dificuldade das criaturas inimigas aumentando e a habilidade do jogador, para prosseguir, também precisando aumentar. O que parece simples e enjoativo no papel se torna algo que prende a atenção de formas impressionantes. Eu sou um veterano da série, então já sabia onde estava me metendo, mas admito que desde 2009, em Monster Hunter Freedom Unite, um jogo da franquia não me prendia de uma forma tão forte como Rise. Em grande parte, isso se dá por uma curva de aprendizado menos brutal. Em jogos anteriores, o jogo te lançava no mundo com pouquíssima compreensão do que estava acontecendo. Em Rise, isso ainda acontece, mas os monstros iniciais não serem tão complicados, e sim ensinarem bem onde desviar e como usar sua arma de forma efetiva para tirar o máximo de dano, criam uma experiência mais tranquila. Das 14 armas disponíveis, acabei testando somente as armas que se parecem com espadas, muito por um gosto pessoal meu. No caso, são a Great-Sword, a Long-Sword, a Sword and Shield e as Dual Blades. Como de costume na série, é impressionante notar como cada uma delas faz uma jogabilidade completamente diferente.

A Great Sword faz você dar porradas absurdas, tirar grandes danos dos monstros, mas a custo da sua mobilidade. Prepare-se para levar danos absurdos também por não ter velocidade o suficiente para escapar de um projétil de Rathalos. A Long-Sword traz bons números de dano, menores que da Great, porém com mobilidade melhor. A Sword and Shield troca danos notáveis pelas possibilidades defensivas, e o jogador tem que se imaginar em um ritmo de jogabilidade bem diferente, tirando a vida do monstro pouco a pouco. Já as Dual-Blades, minhas favoritas, dão uma velocidade de ataque incrível, mesmo que tire um pouco dano a cada corte, permitindo que os danos desferidos possam ser escalados para o mesmo nível de uma great-sword, porém com mobilidade fantástica. Isso tudo tendo em vista que eu sou uma pessoa mais agitada, para você outra arma talvez funcione melhor.

E esse é o ritmo do jogo. Monstros mais difíceis aparecem, você os mata, e usa suas partes para criar novos itens ou armas. É a procura constante por equipamento melhor, que possa mais facilmente vencer os monstros, que cria todo o jogo, e é ótimo. Sem dúvidas, com a curva de aprendizado mais amigável, muitas mais pessoas poderão se apaixonar pelo jogo.

O online perfeito de Monster Hunter Rise

As caçadas de monstros também convidam os jogadores a se juntarem em grupos de até 4 pessoas para enfrentar as criaturas. Durante todo o tempo em que joguei online, me surpreendi em como a experiência foi boa. Nenhum lag, pelo menos que eu senti, nenhuma queda ou desconexão. O jogo rodava como se eu estivesse offline. O Nintendo Switch é conhecido por ter uma experiência de jogos pela internet pior que de outros consoles, e ver um jogo que funciona tão bem é muito agradável. Não só isso, o fato que várias funções permitem que a mudança entre jogar sozinho e em grupo sejam super rápidas também ajuda muito. É uma experiência muito bem feita, e da para ver o quanto de cuidado que esse título recebeu antes de ser lançado.

O jogo mais bonito do Nintendo Switch

Principalmente com a chegada do Playstation 5 e do Xbox Series, a fraqueza do Nintendo Switch na parte gráfica está sendo exacerbada. Jogos que saem para várias plataformas sempre têm suas piores versões no console da Big N, mesmo nos casos em que estão extremamente otimizados. Quando Monster Hunter Rise foi anunciado como um sucessor de Monster Hunter World, muitos ficaram apreensivos. Quais seriam os compromissos feitos para que um jogo do escopo de MH World rodasse no híbrido da Nintendo? Foi passar pouco menos de 30 minutos com o jogo para entender a maravilha realizada. Tudo que estava presente em Monster Hunter World, como mapas gigantescos sem loading, fluidez de combate e um ecossistema extremamente reativo, está aqui. É impressionante. Eu fiquei, em vários momentos, boquiaberto com o que Rise faz no Nintendo Switch. Rodando a 30FPS sem quedas (a não ser em uma fase específica, que falaremos mais a frente), o jogo esbanja efeitos de iluminação, de movimentação, de folhagens e de detalhes que, talvez em um erro meu, jamais esperei ver no Nintendo Switch. É incrível. Isso tudo se dá por uma otimização impressionante da RE Engine, que também comentamos recentemente aqui no Showmetech, na análise de Ghost ‘n Goblins. Dessa vez sendo usada em um jogo mais parecido com os títulos previamente vistos nela, o motor gráfico mostra que não veio para brincar. Indo para uma linha especulativa, se o tão comentado e esperado, mas ainda não confirmado, novo modelo do Nintendo Switch for real, eu não tenho dúvidas que Monster Hunter: Rise será um dos títulos mais usados para demonstrar as melhorias gráficas. O Nintendo Switch tem jogos muito belos, como o tão falado The Legend of Zelda: Breath of The Wild. Porém, em uma análise gráfica, não é no sentido de avanços que essa beleza é localizada, e sim por uma direção artística que consegue fazer bonitas cenas sem precisar de um hardware muito potente. O principal detalhe que fica, depois de passar 17 horas com Monster Hunter Rise, é que tanto graficamente quanto artisticamente, o Switch consegue gerar belas cenas.

Conteúdo programado

Funcionando nos mesmos moldes de Monster Hunter World, Monster Hunter Rise terá todo mês uma nova leva de conteúdos gratuitos sendo lançados para o jogo. Agora, em abril, o primeiro será uma variação de monstro chamado Apex Rathalos, que promete ser bem mais difícil. Isso não chega a encaixar o jogo no modelo “Game as Services”, como visto em títulos como Hitman 3, mas coopera para manter os jogadores engajados por mais tempo com a marca. Junto do monstro, novas armas vão sendo adicionadas também.

Conclusão

Monster Hunter Rise é provavelmente a experiência mais densa que o Nintendo Switch tem, neste momento. Repleto de lutas incríveis, uma liberdade enorme para os jogadores escolherem como jogar e gráficos impressionantes, arrisco dizer que, tranquilamente, ele será um dos títulos que estarão na corrida para jogo do ano de 2021. Monster Hunter Rise está disponível na eshop brasileira em sua versão normal, por R$249, e em sua versão deluxe, que conta com uma armadura exclusiva e alguns gestos novos para o online, por R$299.

REVIEW  Monster Hunter Rise   o jogo mais bonito do Nintendo Switch - 5REVIEW  Monster Hunter Rise   o jogo mais bonito do Nintendo Switch - 57REVIEW  Monster Hunter Rise   o jogo mais bonito do Nintendo Switch - 47REVIEW  Monster Hunter Rise   o jogo mais bonito do Nintendo Switch - 62