Design e Tela

O hardware do iPad Air de 4ª geração foi fortemente influenciado pela linha Pro, mas com acabamento mais amigável graças às cores em que é oferecido: verde, azul e rosa, além dos sóbrios cinza e prateado. A Apple substituiu as laterais arredondadas, o botão Home e o conector Lightning da 3ª geração do Air por laterais lisas, uma borda reduzida em torno do display e a entrada USB-C, características do iPad Pro. O peso de 458 gramas torna o iPad Air 4ª geração o mais leve entre os tablets “grandes” da Apple, ou seja, quando não se leva em conta o iPad Mini (de 7 polegadas e 300g). O Air é um aparelho confortável de segurar e, apesar das bordas mais finas em torno da tela, dificilmente registra toques acidentais. A tela liquid retina de 10,9 polegadas do aparelho é retroiluminada por LED com tecnologia IPS, essa que é responsável pela taxa de atualização alta. Embora a reprodução de cores seja excelente, ela não atinge os níveis de preto que aparelhos com displays OLED entregam. A tela também é totalmente laminada e suporta a 2ª geração da Apple Pencil (vendida separadamente), o que torna o iPad Air 4ª geração uma opção mais atraente para ilustradores profissionais e amadores. Porém, uma característica do display que ficou restrita à linha Pro — e que é valorizada por designers — é a taxa de atualização até 120 hertz (Hz). No Air 4ª geração ela segue sendo de apenas 60Hz. O conector USB-C pode ser usado tanto para o carregamento da bateria quanto para transferência de dados e a conexão de acessórios, como câmeras, SSDs e até um monitor externo 4K. E, ao contrário dos iPhone 12 e Apple Watches vendidos em 2020, o iPad Air 4ª geração continua trazendo um adaptador de energia USB-C de 20W na caixa, não apenas o cabo. Ainda na parte externa do tablet ficam os dois alto-falantes (competentes, mas não impressionantes) e os pins magnéticos Smart Connector, usados para conectar o iPad a acessórios como o Smart Keyboard e o Magic Keyboard, ambos da Apple. O aparelho não conta com entrada para fones de ouvido.

Câmeras

Por fim, as câmeras: o iPad Air 4ª geração possui uma única câmera traseira de 12 megapixels (MP) e uma câmera frontal de 7 MP. A câmera traseira é um tanto protuberante, exigindo o uso de um case para nivelar o aparelho quando posto sobre uma mesa, por exemplo. A qualidade das fotos e vídeos é aceitável, mas não chega ao nível do que a Apple entrega nos iPhones mais recentes, principalmente na quantidade de detalhes e nível de ruído. Ela também não suporta recursos como os modos Retrato e Noite. Já a câmera frontal de 7 MP cumpre bem o papel em videochamadas, superando facilmente as webcams de muitos laptops. O único ponto negativo é o posicionamento da lente no topo do tablet, pois, ao usar o iPad na horizontal, o rosto do usuário fica descentralizado e em um ângulo pouco lisonjeiro.

Touch ID

A principal novidade no hardware do iPad Air é mudança de posição do sensor de impressões digitais Touch ID. Desde o lançamento da tecnologia no iPhone 5S em 2013, o Touch ID é embutido no botão Home na parte frontal do aparelho. No iPad Air 4ª geração, o botão foi removido para ampliar o espaço da tela, mas ao invés de incluir a tecnologia Face ID — como fez no iPad Pro — a Apple integrou o sensor ao botão superior, usado tradicionalmente para ligar, desligar e bloquear o aparelho. A tecnologia possivelmente tornaria o aparelho mais caro, portanto a solução encontrada pela Apple para equilibrar o custo do tablet com as vantagens de se ter uma tela maior e bordas menores é sensata. Dito isso, se você está acostumado com o Touch ID tradicional ou com o Face ID, a adaptação ao novo posicionamento do sensor não é tão simples. Uma das características mais valiosas do iPad é poder utilizá-lo em qualquer posição, mas isso também significa que você nunca sabe imediatamente em que lado está o botão superior quando precisa acioná-lo. Um indicador na tela auxilia na descoberta, mas não é tão óbvio quanto ter um botão logo à sua frente, ou mesmo o Face ID, que dispensa qualquer ação por parte do usuário para ativá-lo. O processo de desbloqueio padrão também é um tanto burocrático: toque na tela ou aperte o botão superior para acordar o aparelho, ponha o dedo sobre o botão superior para autenticar via Touch ID e, por fim, deslize a tela de bloqueio pra cima para chegar à tela inicial. Você pode eliminar o último passo habilitando uma configuração de acessibilidade chamada “Mantenha o Dedo para Abrir”.

Performance

O iPad Air 4ª geração conta com o chip A14 Bionic, desenvolvido pela própria Apple, e que também equipa os novos iPhone 12. O chip possui processador de 6 núcleos (4 de alta eficiência, 2 de alto desempenho), GPU de 4 núcleos e a última versão da Neural Engine, o mecanismo de inteligência artificial da empresa usado para aprendizado da máquina. O que essas especificações significam no cotidiano? Que o iPad Air é rápido, bem rápido. Em alguns cenários, por ter um chip mais recente, supera até mesmo a performance da linha iPad Pro e diversos PCs com processadores Intel. A abertura de aplicativos é quase instantânea e a troca entre eles é super fluída. Uma das atividades onde a performance me pareceu mais significativa foi usar o navegador Safari. Em muitos aparelhos, clicar em um link para uma abrir uma página da web significa esperar alguns segundos até que o conteúdo seja carregado. No Air, a maioria das páginas finaliza o carregamento antes mesmo da animação terminar. É um ganho que pode parecer pequeno, mas que melhora muito a experiência.

iPadOS

O iPad Air vem pré-instalado com o iPadOS 14, lançado oficialmente no último mês de setembro. Ao contrário do que ocorreu esse ano com o iOS 14 e os iPhones, contudo, a nova versão do iPadOS não traz novidades tão impactantes na experiência de uso do tablet. Entre os recursos que são compartilhados com o iPhone estão as interfaces compactas para Siri e chamadas de áudio/vídeo, proteções de privacidade adicionais no sistema operacional e no Safari, e os novos widgets. Uma diferença entre os widgets do iPad e do iPhone é que, no tablet, eles continuam restritos a uma coluna na primeira página da tela inicial, enquanto no iPhone o usuário é livre para posicioná-los onde quiser. Acredito que esse comportamento seja ajustado no iPadOS 15, mas, até lá, se os widgets são algo que você considera útil, sugiro habilitar uma opção para torná-los sempre visíveis, do contrário será preciso deslizar para a esquerda para exibi-los. O sistema de multitarefa do iPadOS é totalmente manipulado por gestos, sem muitas indicações visuais, por isso a curva de aprendizado é um tanto alta. Ao pegar o jeito, porém, a capacidade de usar dois ou até três apps lado a lado prova-se bastante útil. E por falar em gestos, a versão expandida do teclado virtual do iPadOS não suporta o recurso Deslizar para Digitar (swipe), algo que me fez muita falta. Apesar disso, há um jeitinho: ao fazer o gesto de pinça sobre o teclado, ele encolhe para o tamanho de um iPhone (a Apple o chama de teclado flutuante), o que habilita a digitação ao deslizar.

Bateria

A bateria do iPad Air 4ª geração durou em torno de dois dias com uso moderado (muita navegação na internet, Twitter, vários podcasts e alguns games casuais), resultado que é esperado para um tablet. Nos testes com vídeos por streaming, o consumo variou bastante. Com o brilho da tela em 50%, um episódio de 47 minutos da série The Crown diminui 11% o nível da bateria. Já com o brilho em 10%, um episódio de 55 minutos reduziu apenas 1% da bateria. Uma limitação um tanto inexplicável do iPadOS é que o sistema não possui um modo de economia de bateria, como os iPhones, portanto cabe ao usuário gerenciar o consumo, reduzindo o brilho da tela, desligando o GPS, Wi-Fi ou Bluetooth e desabilitando o funcionamento de aplicativos em segundo plano, por exemplo. Apesar disso, a menos que você pretenda usar o iPad como dispositivo principal por longos períodos ininterruptos, e não esteja disposto a reduzir a iluminação do display, o tablet da Apple é capaz de aguentar dias longe da tomada.

Conclusão

Embora seja posicionado entre o iPad básico e o profissional, o iPad Air 4ª geração está, na verdade, muito mais próximo do topo da linha em seu design, performance e recursos, mas também no preço. Custando a partir de R$ 6.999 (64 GB), o Air não é um aparelho fácil de recomendar, por mais positiva que seja a experiência. Se o tablet será usado apenas para consumo doméstico — séries, games, internet — o tradicional iPad (8ª geração), que custa a partir de R$ 3.999 (32 GB), pode ser uma alternativa mais interessante. Ele possui essencialmente as mesmas funcionalidades do Air, porém não oferece tanta performance e tem um visual datado. Agora, se você pretende incorporar um iPad à sua rotina profissional e valoriza recursos como o suporte de 2ª geração da Apple Pencil, entrada USB-C e um chip de última geração, o iPad Air 4ª geração torna-se a melhor opção da linha, considerando que o iPad Pro não oferece vantagens tão relevantes em relação ao Air e custa a partir R$ 9.999 (11 polegadas / 128 GB). Existem cenários profissionais específicos que demandam, por exemplo, o sistema de câmeras do Pro, mas, no geral, o iPad Air oferece o melhor custo benefício na faixa de preço acima dos 7 mil reais.

Especificações Técnicas: iPad Air 4ª geração (iPad Air 2020)

Fontes: ZDNet; SixColors

Review  iPad Air 4  gera  o traz o melhor do iPad Pro - 53Review  iPad Air 4  gera  o traz o melhor do iPad Pro - 14Review  iPad Air 4  gera  o traz o melhor do iPad Pro - 86Review  iPad Air 4  gera  o traz o melhor do iPad Pro - 70Review  iPad Air 4  gera  o traz o melhor do iPad Pro - 86Review  iPad Air 4  gera  o traz o melhor do iPad Pro - 80Review  iPad Air 4  gera  o traz o melhor do iPad Pro - 76Review  iPad Air 4  gera  o traz o melhor do iPad Pro - 56