Morre, volta e começa tudo de novo
O jogo começa com nosso herói sendo morto por uma jovem muito bonita, para então acordar sozinho em uma pequena praia, rodeado de garrafas de bebidas alcoólicas. Ao procurar uma saída, ele se depara com letras voadoras que dizem “quebrar o ciclo”. Seguindo o caminho, percebe que não faz ideia do seu nome. Ao entrar em uma espécie de bunker, encontra um mapa com as informações de 8 diferentes indivíduos. Seguindo mais um pouco, descobrimos que nosso personagem se chama Colt e ele tem uma única missão: quebrar o ciclo. Claro que há muito mais enredo do que o descrito acima, mas tentei deixar ao máximo sem contar nada sobre o desenvolvimento da história, que se dá através da morte. Há um total de 4 diferentes períodos do dia para visitarmos a ilha: manhã, meio-dia, tarde e noite. Em cada um deles, os Visionários, como são conhecidos os alvos de Colt, estão disponíveis para serem enfrentados, exceto Julianna, que pode te atacar em qualquer período, mas eu falo mais sobre isso depois. Alguns desses Visionários portam objetos chamados de Placas, que dão uma espécie de super poder, e outros portam armas especiais. As Placas podem ainda ser equipadas com extras, que dão ainda mais vantagens. As armas podem ser equipadas com pequenos quadrados de vidro, os Berloques, que variam de cor (segundo a sua qualidade) e também dão habilidades a mais, como mirar mais fácil, e por aí vai. Tanto as Placas quanto os Berloques precisam ser infundidos a Colt, do contrário, eles desaparecerão no fim do dia. Para isso usamos o Residuum, que pode ser coletado durante as fases e ao matar um dos Visionários. Colt possui uma Placa única: que dá a ele a possibilidade de ter 3 vidas. Ou seja, temos três chances de complementar a missão e fugir daquela área antes de retornarmos à praia. Contudo, caso morra antes de passar pelo túnel, perde tudo. Confesso que no começo isso me irritava bastante, mas com o tempo eu entendi o funcionamento daquela mecânica e passei a tirar vantagem disso, já que os adversários esquecem de nossa existência ao nos assassinar. Gerenciar isso tudo é um grande barato principalmente quando Jullianna aparece em cena. A vilã pode ser controlada pelo computador, ou então por outro jogador. Em cada uma das vezes ela aparece com Placas e equipamentos diferentes, então não dá para saber exatamente o que esperar do seu ataque. Ao matá-la, felizmente, ganhamos uma vida extra caso tenhamos a perdido, além de poder adquirir os seus pertences todos. Jogar com a Julianna é uma sensação totalmente diferente, e matar Colt também soa meio que errado, já que o controlamos durante a jornada inteira.
Blackreef, onde tudo acontece
Toda a nossa aventura acontece na ilha de Blackreef, que é dividida em quatro distritos: Updaam (uma cidade bem grande com vários telhados para explorar), Rochedo Fristad (uma enorme pedreira com diversos túneis), Complexo (os laboratórios da ilha) e Baía do Karl (um cemitério de aviões e local de muita diversão). Os locais presentes em Deathloop tem o seu próprio charme e são muito grandes. Há diversos caminhos possíveis para realizar a mesma missão, seja através de túneis, passagens secretas, portas e buracos. Ou seja, brincar de Rambo e atirar desenfreadamente nunca é uma boa opção. Dá pra se esgueirar sorrateiramente por trás de praticamente todos os inimigos e mandá-los de volta para o próximo ciclo. Cada parte é completamente diferente dependendo do momento do dia que você o visitará. É praticamente como se as quatro estações acontecessem no mesmo dia, o que traz um frescor para cada cenário, já que somos praticamente obrigados a visitá-los várias e várias vezes. O objetivo de cada uma das visitas é explorar cada vez mais áreas e assim adquirir informações, seja sobre a rotina dos Visionários, ou sobre o funcionamento da ilha. Há tanta coisa escondida, que fui obrigado a passar muito tempo pegando “farelos” de informações espalhadas pela ilha. As descobertas ficam armazenadas no menu de pausa do jogo, e podem ser acessadas sempre que você tiver vontade. Isso tudo acontece por único motivo: Colt precisa se livrar de todos os inimigos no mesmo ciclo. E para isso precisa de muitas informações, ainda mais se quiser descobrir o que faz o ciclo acontecer. Confesso que pra mim essa fórmula foi um pouquinho cansativa, mas depois que peguei a ideia, passei a fuçar absolutamente tudo, já que conhecimento é poder.
Machetada neles
Uma das fiéis armas de Colt é um Machete que pode ser usado para decepar partes de adversários facilmente. É um festival de cabeças, braços e troncos cortados ao meio. Além disso, há inúmeras armas disponíveis no game. Tudo o que for derrubado pelos adversários pode ser utilizado. Então basta você encontrar a melhor combinação para você. Particularmente eu adorei usar o atirador de pregos. Ele é bastante silencioso e dá para matar vários em sequência sem que sejamos descobertos. Outra arma que eu gostei bastante foi uma metralhadora giratória, dava para sentir o peso da bichinha e a destruição que ela causava, já que dava para ver braços, pernas e cabeças voando longe antes de desaparecer. A aventura toda acontece em primeira pessoa, então se você já está acostumado com esse tipo de jogo, Deathloop é extremamente recomendado. Caso não seja, insista um pouco, a jornada de Colt vale muito a pena. A tradução, localização, e dublagem do game ficaram primorosos. Todas as vozes combinam com os seus respectivos personagens, até mesmo as frases soltas que os inimigos comuns soltam ao começar o combate. E falando nele, sempre que começamos a trocar balas ou descer a machetada em alguém, a música muda e fica mais animada, mesmo que por alguns segundos. Caso a coisa fique quente e o tiroteio intenso, ela reflete o perigo e tensão do momento. O som das armas e passos também ficaram muito bons, e dá para saber com exatidão de qual lado vem a ameaça. Eu não sou muito de jogar de maneira sorrateira, então a música ficava quase toda hora tensa e rápida.
Deathloop
Com mecânicas muito boas e uma construção de fases que com certeza será motivo de estudo para as outras desenvolvedoras, Deathloop é com toda certeza mais um grande acerto da dupla Arkane/Bethesda. Com um elenco de personagens charmosos e diversos desafios intrigantes, o título entrará forte na busca pelo prêmio de melhor jogo de 2021. E mesmo ainda estando no começo da geração do PlayStation 5, posso afirmar com tranquilidade que ele será lembrado para sempre como um dos ótimos jogos de sua era. Uma cópia Deathloop foi cedida pelos produtores do jogo. Para ver tudo sobre o mundo dos games, como essa análise de Lost in Random, fique de olho aqui no Showmetech.