O relatório também mostra que a lista pode ser atualizada por vários funcionários, enquanto que a equipe de moderação destacada especificamente para analisar publicações desses chamados “membros de elite” é bastante enxuta. O resultado? Muitas celebridades quebram as regras de modo indiscriminado e, como diz o grande ditado da internet brasileira, nada acontece feijoada.
Como funciona o XCheck do Facebook?
A lista chapa-branca, digamos assim, possui quase 6 milhões de usuários. Dentre eles estão políticos, jogadores de futebol, atores e atrizes, diretores, escritores e todo tipo de celebridade que você pode imaginar. Para citar um exemplo relativamente recente, basta lembrar de quando o futebolista brasileiro Neymar Jr. foi acusado de estupro e, para tentar se inocentar, postou conversas de WhatsApp com a suposta vítima — que mostravam nudes da moça. Além dos prints não terem sido retirados pela própria plataforma, é seguro dizer que nada aconteceu com ele. Outro problema é que, segundo o relatório, a empresa não mantém um rastreio das pessoas adicionadas ao programa XCheck do Facebook. Ao considerar que quase qualquer funcionário pode adicionar quem ele bem entender ao grupinho de elite, é um tanto desesperador imaginar a quantidade de pessoas que podem se enquadrar nessa categoria e ignorar, efetivamente, as regras do Facebook. Vale ressaltar, também, que as celebridades, em sua maioria, não têm conhecimento de que fazem parte dessa manobra chapa-branca, ao menos não de forma direta. É difícil delimitar uma data precisa de quando o programa XCheck do Facebook foi implementado, ou se essa política está em prática desde a fundação da plataforma; o que se sabe, com certeza, é que ela foi descoberta em meados de 2018, quando o próprio Facebook fez uma declaração, alegando que, para celebridades, havia duas camadas de análise para o que era publicado.
O que diz o Facebook?
Em resposta ao relatório publicado pelo Wall Street Journal, o Diretor de Comunicações do Facebook, Andy Stone, fez o que todos fazem hoje em dia quando são atacados: uma thread no Twitter tentando explicar a funcionalidade desse suposto cross-check, que nada mais é que outro nome para o programa XCheck do Facebook. Segundo ele, esse suposto grupo de elite faz parte de uma segunda camada de análise, como mencionado anteriormente, para que os moderadores da empresa consigam revisar com precisão o que é postado por eles. Depois de muita enrolação, Stone disse o que todos os culpados dizem ao final de seus testemunhos, o já lendário mantra “Sabemos que o programa não é perfeito e que precisamos aprimorar a plataforma“. Pelo menos, também ao fim, ele afirmou que o Facebook já está com novas equipes e novas diretrizes para solucionar esses problemas — o fato disso estar circulando no Congresso americano não é coincidência. Veja o fio completo dele abaixo: Bom, só nos resta esperar o desenrolar dessa história, se é que haverá um. Enquanto isso, vemos a empresa de Mark Zuckerberg expandir seu domínio no chamado metaverso do Facebook. Além disso, você pode ver as regras do Facebook e os chamados Padrões da Comunidade no próprio site da plataforma.
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Fontes: PC Mag | Business Insider