No final de 2019, ainda não se tinha uma dimensão do tamanho do estrago causado pelo coronavírus no mundo. Com o desenrolar da situação, o crescimento real da base de usuários foi de 15,77 milhões, mais do que o dobro do que havia sido inicialmente previsto. Isso levou o total de assinantes da companhia para 182,9 milhões.
Netflix bate recorde
Nos primeiros meses deste ano, a Netflix acumulou 15,77 milhões de novos assinantes — um recorde trimestral para os últimos anos e mais que o dobro do esperado antes do espalhamento da COVID-19. Como mais pessoas estão em casa por causa das medidas de isolamento social, elas aproveitaram para entrar na plataforma e assistir a ainda mais conteúdos. De acordo com uma carta enviada aos acionistas nesta terça feira, a empresa acumula 182,9 milhões de membros pagos — 22,8% a mais do que no mesmo período do ano passado. Com isso, a receita gerada pelo serviço foi de US$ 5,77 bilhões, algo dentro do esperado pelos analistas. Para o próximo trimestre, a ideia é adicionar mais 7,5 milhões de assinantes. Segundo a Variety, as boas notícias fizeram as ações da Netflix baterem um pico de preço em negociação em Wall Street.
Motivos do crescimento
A empresa também listou três formas como a pandemia tem afetado os seus negócios positiva e negativamente:
A quantidade de pessoas presas em casa fez com que as assinaturas dispararem;
O impacto econômico da crise fez com que o dólar ficasse caro fora dos Estados Unidos, o que reduziu o faturamento da empresa no exterior. Basta lembrar que os R$ 33 da assinatura padrão brasileira valiam US$ 8,25 com o dólar valendo R$ 4 e passaram a valer US$ 6,60 com o dólar a R$ 5;
Com a interrupção na produção de filmes e séries, a empresa parou temporariamente de gastar com isso, fazendo com que ela tenha mais dinheiro parado em caixa; pelo mesmo motivo, várias estreias serão atrasadas.
Outro lado da pandemia
Entretanto, a situação mundial de risco por causa do novo coronavírus pode prejudicar a empresa no trimestre atual. Afinal, a pandemia ainda não apresenta sinais de enfraquecimento em diversos países, o que pode fazer com que pessoas que estejam sem emprego ou com salário reduzido cortem a assinatura ao menos temporariamente. Além disso, o fortalecimento do dólar reduziu a receita vinda de mercados internacionais. Por fim, a empresa deve sentir os atrasos de calendário, já que cancelou qualquer produção enquanto a COVID-19 for um grande risco. Os gastos para transportar a equipe de atendimento e de outros setores para trabalhos remotos também devem impactar as finanças. A Netflix está contribuindo para fundos de apoio a trabalhadores do meio audiovisual, inclusive no Brasil, além de reduzir a qualidade das transmissões para aguentar a alta na demanda podem gerar perda de receita. Fonte: The Verge