Mas não se alarde, fizemos um catálogo digno de nota que merece sua atenção. Para aqueles desejosos de maratonar, ou aqueles que só querem curtir o combo perfeito Netflix and chill. Sendo uma opção ou outra, todas são insuportavelmente tentadoras. Confira as escolhas favoritas do Showmetech para esta semana:
As melhores séries da Netflix
The Good Place
Imagina ter uma segunda chance? É o que acontece com Eleanor Shellstrop (Kristen Bell), uma moça que, em vida, não foi uma pessoa tão legal assim. Quer dizer, nada legal. Eleanor era egoísta e traiçoeira. Mas, isso não é nada. Afinal, quando morre, ela se vê digna de ir pro céu. Um céu com frozen yogurt eterno. Mas não será tão fácil assim, e ela fará tudo para garantir que sua permanência no céu não seja afetada. Mesmo que seus planos acabem por comprometer sua alma gêmea Chidi (William Jackson Harper), um professor de filosofia, ou seus vizinhos para lá de perfeitos Tahani (Jameela Jamil), uma personalidade filantrópica ou o monge budista Jianyu (Manny Jacinto). The Good Place é daquelas romcom que te conquistam com a sagacidade de seus personagens, que tem muito a oferecer, além da inteligência de seu roteiro, recheado de referências filosóficas e questionamentos sobre o que é o céu e inferno. Afinal, como diria Sartre: “O inferno são os outros”. As três temporadas de The Good Place estão disponíveis no Netflix.
Dark
Dark tem como principal missão ser a primeira produção alemã original da Netflix. E com tamanha responsabilidade, ele entrega uma narrativa impar que mistura ficção científica e folclore nórdico. Isso mesmo, essa série bebe da fonte de Asgard e Odin, Thor e Loki e toda a sua mitologia. Mas as referências à Marvel param por aí. Há raros momentos para risadas em Dark, e tudo é tão intrinsecamente conectado que, ao final do último episódio, seu desfecho é quase catártico. O que podemos dizer sobre Dark, sem estragar muito, é que acompanhamos a jornada de descoberta do adolescente Jonas Kahnwald (Louis Hofmann), que está tentando lidar com o suicídio de seu pai, Michael (Sebastian Rudolph) e o desaparecimento de Mikkel Nielsen (Daan Lennard Liebrenz), irmão mais novo de seu interesse romântico Martha (Lisa Vicari). A cidade de Winden e sua central nuclear são o palco para uma verdadeira tragédia familiar, que conecta gerações e gerações de famílias que são insuportavelmente enraizadas umas nas outras. Por ora, parece difícil que Dark consiga dar conta de suas pontas sem cair em um maniqueísmo às claras, mas com a segunda temporada confirmadíssima para estrear este mês, basta esperar o que os roteiristas prepararam para uma das narrativas mais complicadas da Netflix até então. Dark é uma série original Netflix e sua primeira temporada está disponível na plataforma.
Areia Movediça
Outra série original Netflix, Areia Movediça é a produção sueca da plataforma e, assim como Dark, está disposta a cutucar muitas feridas dolorosamente cabeludas. Afinal, não faz muito tempo que acontecera o Atentado em Suzano no Brasil, e este é o pontapé inicial para a digressão narrativa de sua personagem principal Maja Norberg (Hannah Ardéhn). Relacionamentos abusivos, traição, dependência e especialmente responsabilidade são alguns dos muitos tópicos que a série sueca se propõe a debater, quando Maja luta para provar sua inocência (colocada em xeque inúmeras vezes) no crime que antecedeu a chacina que culminou na morte de seu namorado Sebastian (Felix Sandman). Voltado para o universo teen, os ambientes transitam entre escola, festas regadas a drogas e a prisão em que Maja está encarcerada. Sua jornada é interessante de acompanhar, já que sua indiferença muitas vezes não entregam todos os seus traumas, que são uma verdadeira reflexão sobre a nulidade existente na classe média e alta sueca nos tempos atuais. Areia Movediça tem apenas uma temporada e está disponível na Netflix.
One Day At a Time
Releituras de clássicos da TV americana também não escapam da Netflix e ela entrega um formato queridinho pelo público norte-americano totalmente repaginado com a cara e jeito da sua sociedade. Isso porque One Day At a Time conta a mesma história de uma mãe solteira tentando criar seus filhos, mas sendo eles todos imigrantes. Seus dilemas são os mesmo de todos as outras sitcoms clássicas: chefes desmiolados, escolas, amores, divergências familiares. Mas com um adendo, viver a tudo isso sem perder a sua verdadeira essência. A família de One Day At a Time são compostas por cubanos, ou melhor descendentes de cubanos que fugiram para a Terra de Tio Sam em busca de oportunidades. É a Netflix tentando dar conta de toda as pluralidades familiares com narrativas queridas pelo público padrão. One Day At a Time é uma série original Netflix e está disponível na plataforma.
Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy
Com o filme estrelado por Zac Efron dando vida ao infame e mais notório serial killer norte americano Ted Bundy chegando aos cinemas e prometendo uma boa dose de escandalo enquanto isso, a Netflix já havia se adiantado e, além de comprar os direitos autorais desta obra, no começo deste ano já havia inserido em seu catálogo essa série documental em 4 episódios que tem como objetivo destrinchar o modus operandi de umas figuras mais controversas do imaginário popular americano. Ted Bundy era exatamente a figura do cara boa pinta, bonitão e gente boa que tem cara e jeito de Troy Bolton (personagem vivido por Efron em High School Musical) mas o rosto simpático escondia uma mente sádica, minuciosamente metódica e misógina. Seu completo desprezo por mulheres acabou por vitimizar inúmeras mulheres, todas elas estudantes universitárias com longos cabelos pretos. Não bastasse os assassinatos com requintes de crueldade. Além de sádico, Ted Bundy era extremamente egocêntrico e confiante em seu charme e inteligência. Ao ponto de nomear a si mesmo advogado responsável por sua defesa, tornando-se réu e advogado de defesa. Resultado: um verdadeiro frenesi midiático que rende seus frutos quase meio século depois da revelação de seus atos. Conversando com Um Serial Killer tem apenas uma temporada, que está disponível na Netflix.
5 filmes que são verdadeiros achados
Akira
O primeiro filme que vale a pena ser comentado é um anime clássico e um verdadeiro símbolo para o estilo cyberpunk. Tamanha é sua força narrativa que, muito antes do Netflix apostar no live action de outro sucesso mundial, Death Note, o ator Leonardo DiCaprio arrebatava os direitos de produção desta animação que, até então, vem mantido em segredo com carinho pelo ator. Mas o que faz Akira tão especial ao ponto de chamar a atenção de Hollywood muito antes que isso fosse uma tendência é exatamente por sua narrativa pouco linear, muitas vezes vaga, fundamentada na rivalidade doentia entre os dois amigos de infância Kaneda e Tetsuo, que cresceram na brutalidade das gangues de ruas. Belas são as imagens da gangue de delinquentes juvenis que desbravam uma Tóquio totalmente repaginada à bordo de motos psicodélicas. Tudo isso muda quando Tetsuo esbarra em uma criança de aparência envelhecida, com poderes sobrenaturais, que resulta em um acidente que acaba por despertar poderes telecinéticos poderosos o suficiente por torná-lo um joguete de uma laboratório. Enlouquecido e embebido de inveja, Tesuo sai em uma jornada atrás de Kaneda, enquanto seu amigo faz de tudo para descobrir sobre seu paradeiro. O rastro de desgraça que seus objetivos trazem consigo é inebriante, de deixar o telespectador sem ar. Destaque para o final e a toda a mitologia acerca de Akira. Akira está disponível na Netflix.
Histórias Cruzadas
É dificil pensar em um elenco mais estrelado que talvez Histórias Cruzadas. Isso porque se você levar em conta que ele traz nomes como Viola Davis, Octavia Spencer, Emma Stone, Allison Janey, Jessica Chastain e Bryce Dallas Howard, você possui quatro atrizes oscarizadas e todas, sem exceção, indicadas à premiação. Não é à toa que elas levaram um SAG (o Oscar da atuação), por seu trabalho coletivo primoroso neste filme que é uma verdadeira joia que não pode ser ignorada na Netflix. É uma narrativa que fala sobre dor. Sobre ser mulher, sobre ser mulher e ser negra e principalmente e acima de tudo, uma história sobre sobreviver. E continuar, mesmo quando tudo parece muito difícil. Histórias Cruzadas é muito mais que uma história sobre empregadas, ou suas patroas. É sobre viver, viver plenamente e aprender e mudar e também ir embora quando parece que vivemos tudo o que tinha pra aprender. Histórias Cruzadas está disponível na Netflix.
What Happened, Miss Simone?
Talvez não aja nenhum outro filme documental que tenha se permitido destrinchar a vida de um ícone de maneira tão honesta quanto este sobre a pianista e ativista Nina Simone. Além de viver apenas e deferência ao talento incontestável de Nina Simone, permite a fazer criticas sobre seu temperamento, seu comportamento abusivo e sobre suas falhas, especialmente como mãe. É um lembrete honesto de que antes da criação de um mito, existe uma pessoa, cheia de falhas e inconsistências, não passível de críticas. Todas as facetas que nos são apresentadas sobre Nina Simone e sua carreira meteórica, até morrer praticamente no anonimato, em 2003. What Happened, Miss Simone? é um filme original Netflix e está disponível na plataforma.
A Criada
A Criada é um filme que poderia passar batido para muita gente, já que é um filme coreano, dirigido por um diretor coreano (Park Chang Wook) e a língua dominante do filme é japonesa. É um recorte sobre a Coréia durante o período de dominação japonesa, mais especificamente em 1930. O pontapé inicial para uma narrativa inovadora e triangular (por assim dizer), é a convocação da jovem coreana Sookee por um vigarista que tem como objetivo roubar toda a fortuna de Lady Hideko, uma herdeira japonesa. O objetivo de ambos é que ela acabe seduzida pelo vigarista e case-se com ele, sofrendo um golpe. O que eles não esperavam é que há muito mais no mundo de Hideko do que somente frivolidades, lugar que sobreviver pela esperteza é imprescindível. Cheio de plot twists e reviravoltas, A Criada é capaz de roubar o ar do telespectador mais desatento. Aquele tipo de filme que não permite nem mesmo um snack para não perder nenhum detalhe. A Criada está disponível na Netflix.
Neve Negra
Estrelado por Ricardo Darín, este filme argentino tem todos os elementos que compõem um bom suspense psicológico. Personagens dúbios, um segredo e, por que não, uma cabana no meio do nada? Mais especificamente na Patagônia. A Neve acaba por enterrar muitos segredos obscuros de uma família reclusa, que vivia em um verdadeiro pavio pronto para estourar. Essa fagulha é novamente acesa com o retorno do filho pródigo, que tem como decisão fazer um ultimato ao irmão Salvador (Darin), vender a propriedade na qual este vivia completamente recluso nos últimos dez anos. A urgência faz com que certas verdades obscuras venham à tona, resultando em um enfretamento entre irmãos de dimensões bíblicas, aos moldes de Caim e Abel. A atuação de Darín é o ponto alto desta produção, cuja truculência acaba por roubar-lhe todo o charme em tela. É daquelas obras indispensáveis para estudar o que faz com que o suspense argentino tão especial ao ponto de render um Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por O Segredo de seus Olhos. Neve Negra está disponível na Netflix. Dada toda as dicas. Aproveite este fim de semana com muita Netflix e comente nos campos abaixo qual série ou filme te interessou mais.