Em 1979, pesquisadores de 50 países se reuniram na First World Climate Conference (Primeira Conferência Mundial sobre o Clima) em Genebra, na Suíça, e concordaram que era necessário agir para combater as mudanças climáticas. Tal necessidade também foi pauta de conferências e acordos posteriores, como na Conferência do Rio em 1992 (Eco 92), no Protocolo de Kyoto de 1997 e mais recentemente no Acordo de Paris, em 2015, no qual vários países se propuseram a reduzir a emissão de gases do efeito estufa a partir de 2020. O problema é que, mesmo com tantos alertas e acordos, as emissões de gases do efeito estufa continuam a todo vapor, segundo o alerta feito pelos cientistas.
Com um grande número de material bibliográfico em mãos, os pesquisadores fizeram um resumo na forma de gráficos e informações e afirmam que é preciso agir. Segundo eles, os esforços precisam vir de todos os países, em conjunto e também com ações individuais. Ainda, eles sugerem seis etapas críticas que podem ser tomadas pela sociedade, governantes e outros para tentar reduzir as mudanças climáticas:
Energia: é preciso implementar rapidamente práticas de eficiência energética que envolvam fontes renováveis de energia e outras fontes mais limpas. Os subsídios aos combustíveis fósseis devem ser eliminados e as nações mais ricas devem auxiliar as menos desenvolvidas na transição desses combustíveis fósseis para fontes menos poluentes;Poluentes de curta duração: é preciso reduzir as emissões de poluentes como metano, fuligem, hidrofluorcarbonetos e mais. Isso pode ajudar a reduzir a tendência de aquecimento de curto prazo em mais de 50% nas próximas décadas;Cuidar da natureza: devemos proteger e restaurar os ecossistemas da Terra. Fitoplâncton, recifes de corais, florestas, pântanos, manguezais e todos os outros ecossistemas contribuem para o sequestro de carbono atmosférico. É preciso reduzir a perda de habitat e de biodiversidade, protegendo o que ainda resta do nosso planeta. Comida: é preciso reduzir o consumo global de produtos de origem animal, principalmente de gado. A produção desse tipo de carne, por exemplo, tem um gasto absurdo de água e ocupa uma área cultivável muito grande;Economia: a superexploração de ecossistemas e a extração excessiva de materiais devem ser reduzidas. Apesar do crescimento econômico que propiciam, é preciso adotar práticas mais sustentáveis; População: é preciso estabilizar a população mundial com políticas que respeitam os direitos humanos e contribuem para a redução do impacto do crescimento populacional nas emissões de gases do efeito estufa e na perda da biodiversidade. Tais políticas consideram serviços de planejamento familiar, promovem a equidade de gênero e incluem a educação primária e secundária para todos.
Ainda, os cientistas afirmam que esses pontos são importantes, mas que a ação não deve se restringir a eles e que é possível fazer muito mais. No total, o alerta foi assinado por 11.258 cientistas de 153 países diferentes.
O que é emergência climática?
Nos últimos anos, o termo aquecimento global começou a ser substituído por mudança climática ou crise climática. Agora, um dos termos mais usados é emergência climática. Quando uma nação decreta uma emergência climática, é como um chamado para alertar sobre a necessidade de agir para reduzir os efeitos das mudanças climáticas. Em maio, o parlamento britânico e a Irlanda decretaram estado de emergência climática. Seguindo o exemplo, a cidade sede do último acordo climático, Paris, fez o mesmo em julho.
Em contrapartida, alguns países parecem ir na contramão. Ontem (dia 4), a Revista Nature publicou uma notícia em seu site sobre o fato de Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, ter iniciado o processo para sair do Acordo de Paris. A justificativa foi de que permanecer no acordo prejudica o país economicamente.
Você pode conferir o alerta na íntegra acessando o site da BioScience.
Fontes: Cnet; Independent.