O ponto é: os fakes são sempre presentes na internet. Mas por mais presentes que eles sejam, há diversos sinais que denunciam a presença de um deles (ou mais) em uma conversa. Por isso, elaboramos este guia, contando como identificar perfis falsos na internet a fim de preservar a sua segurança:
Como eu identifico perfis falsos?
Buscar saber se um perfil com o qual você está interagindo é falso ou não é o tipo de situação sem meio termo: não há garantias de que suas pesquisas irão gerar algum resultado (o que não inocenta um possível perfil fake: de repente, a pessoa só é muito boa em esconder rastros), mas quando você tem resultados, como diz a expressão, “é tiro e queda”. Felizmente, há alguns sinais comuns que denunciam que você está interagindo com alguém que não é quem diz ser. São eles: Há também outras dicas: poucas informações públicas, por exemplo, em um perfil aberto, geralmente denunciam um fake que foi levantado às pressas e a pessoa por trás dele não quis se incomodar com esses detalhes. Não consegue identificar onde a cidade onde a pessoa mora ou de onde ela é? A pessoa comete erros gramaticais toscos demais (não nos referimos a gírias, mas sim a coisas que literalmente ninguém erraria) e repetidas vezes? Detalhes como idade ou ocupação não são informados e a pessoa reluta quando questionada? Boas chances de “ela” não ser “ela”.
Tipos de fake
Os sinais acima servem como uma orientação mais generalista, mas é importante tomar cuidado com o tipo de perfil fake por onde recai a sua suspeita. Isso porque, ao contrário do que a cultura pop nos mostra, uma persona falsa nas redes sociais não necessariamente é alguém agindo sozinho, mas pode muito bem ser parte de um crime. O fake mais comum é conhecido como “Catfish”, um nome que geralmente é atribuído a perfis em redes e apps de relacionamento (Tinder, Happn e similares) onde a pessoa da foto não corresponde à pessoa que está digitando por trás dela. Isso acabou popularizado por programas de TV como o reality show “Catfish”, da MTV, em exibição desde 2012, mas a ideia serve para qualquer intenção que represente uma pessoa fingindo ser outra pela internet. Nestes, as dicas acima geralmente costumam funcionar. O maior problema de perfis falsos na internet, hoje, são os perfis dedicados ao “phishing”. Basicamente, isso se trata de um esquema ilegal cujo objetivo é enganar você a fornecer informações sigilosas (credenciais de acesso a perfis online, número do seu cartão de crédito ou dados e senhas bancárias, entre outras) a fim de lhe causar danos — comumente, financeiros. O phishing se estabelece de várias formas: lojas online cuja marca não é muito conhecida mas traz promoções e benefícios bons demais para serem verdade são um exemplo recente (sobretudo no Instagram, onde os stories eliminam qualquer traço de tentativas de golpe em 24 horas). Outro exemplo de phishing envolve a criação de e-mails falsos (ou roubo de identidades verdadeiras) que se passam por remetentes de uma organização. Isso é comum tanto para consumidores como para funcionários de uma companhia: geralmente, esses perfis falsos abordam as vítimas com comunicados “informando”, por exemplo, que algum software do seu banco está desatualizado e você deve providenciar a correção ao acessar um determinado link; ou então um colaborador de uma empresa tem um “bônus” lhe aguardando e deve preencher um formulário online para receber o prêmio. Tanto os links como os formulários são páginas maquiadas para capturar suas informações sigilosas e cometer atos ilícitos em seu nome. Nestes casos, é importante você conhecer a política de interação das empresas com seus consumidores e funcionários: via de regra, bancos, por exemplo, não enviam links nem pedem informações via e-mail, preferindo orientar o cliente a entrar em contato com suas agências ou acessarem (por conta própria) o aplicativo correspondente. Empresas comumente reforçam políticas de interação, pedindo que e-mails com links ou anexos não sejam enviados e, em caso de dúvidas, orientam seus funcionários a procurarem os departamentos tecnológicos internos.
Como a tecnologia nos ajuda a identificar um fake?
Todos esses cuidados são derivativos das ações que você toma, mas e quando um perfil fake acaba sendo inteligente o suficiente para escapar dessas medidas? Nestas horas, você conta com algumas (ok, várias!) ferramentas que podem dar um aspecto mais técnico à sua investigação, tais como: Busca reversa de imagens do Google: donos de perfis falsos normalmente usam fotos públicas para compor seus perfis enganadores, então clique na imagem com o botão direito do mouse e selecione “Copiar endereço de imagem”. Depois, vá ao buscador de imagens do Google (images.google.com), clique no símbolo da câmera e cole o endereço copiado. A partir daqui, o Google vai buscar outras fontes que possam estar usando a mesma imagem da qual você suspeita. Se nada for encontrado, não desanime, tente com mais fotos do perfil (se houver) e veja o que encontra. Apenas atente-se ao fato de que o Google não indexa fotos do Instagram, então o cuidado neste caso é redobrado. No exemplo abaixo, buscamos pela imagem do autor deste guia: Busque o nome da pessoa no Google: sabe aquela brincadeira de “dar um Google” no seu nome e ver o que a internet retorna sobre você? É a mesma coisa, mas direcionada ao perfil falso. Geralmente, o buscador consegue encontrar alguns conteúdos relacionados ao nome buscado, então se nada aparecer, é hora de ficar em alerta. Novamente, buscamos pelo nome do autor deste guia para fins de exemplo: Use as ferramentas das redes sociais: o Facebook permite que você ajuste suas configurações de privacidade de forma a impedir que qualquer pessoa lhe adicione como um de seus contatos. Na barra superior, abra o menu de configurações (a seta apontando para baixo) e depois em “Privacidade” no canto esquerdo. Nessa guia, há uma série de opções que determinam quem pode interagir com você e em qual nível, bem como quem pode ver o que você posta. Isso não impede que pessoas desconhecidas lhe mandem mensagens, mas o filtro da plataforma jogará abordagens assim em uma guia específica. Já no Instagram, você pode configurar a sua conta como “Privada” (toque na sua foto de perfil, depois nas três listras horizontais, “Configurações” e, finalmente “Privacidade”), a fim de que qualquer solicitação de seguidores tenha que ser previamente aprovada por você. Isso também barra mensagens de remetentes desconhecidos. Clique nas imagens abaixo para vê-las em tamanho completo: Conte com apps de terceiros: existe um app chamado “FakeOff”, atrelado diretamente ao Facebook, que basicamente serve para analisar todas as dicas listadas mais acima, por meio de um algoritmo. A sua versão gratuita analisa até 10 dias retroativos do calendário do perfil suspeito, enquanto a paga vai até um ano para trás. Com esses dados, ele estabelece uma “nota” de 1 a 10, onde quanto maior for o número, maior é a chance de um perfil ser falso. Agora se você está em apps como Grindr ou Tinder, o Veracity (iOS, sem versão para Android) é um aplicativo que funciona da mesma forma que a busca reversa do Google, comparando fotos dos perfis com bases de dados espalhadas pela internet.
Confirmado: é fake! O que faço agora?
Ao melhor modo “CSI” de ser, você descobriu — ou se assustou demais com a suspeita — um perfil falso. Sabemos que a tentação em partir para a ofensiva e “expor” a pessoa é grande, e você não estaria sem razão ao fazê-lo. Mas antes, considere alguns pontos importantes. Fontes: Ditch The Label; Cybint Solutions; FakeOff for Facebook; Google Imagens