Mesmo com atrasos no lançamento do jogo, ele finalmente está disponível para PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series. Neste review, vamos analisar a minha experiência em Dying Light 2 no PC, em cópia de review cedida pela Techland. 

Dying Light 2: Stay Human é uma sequência?

Se você nunca jogou Dying Light, não se preocupe, a história do primeiro jogo acaba lá e um novo arco é iniciado em Stay Human. Além disso, todo o contexto necessário para entender o jogo é apresentado em uma breve cutscene de abertura do game. Em resumo, depois dos eventos de Dying Light, em que a contaminação foi controlada, cientistas continuaram testando o vírus para fins militares. E, se você já é familiarizado com sci-fi, sabe que isso não tinha como dar certo. Em 2015, durante os eventos de Dying Light, toda a contaminação foi contida em apenas uma cidade, Harran, cenário do primeiro game. Porém, em 2021, durante os testes militares para o vírus após os eventos do primeiro jogo, um contaminado escapou. Esse dia é chamado de ‘A Queda’, o dia em que o mundo colapsou e se tornou esse apocalipse zumbi em que jogamos.Dois anos depois, 98% da população já havia sido infectada e poucos assentamentos resistiam. Porém, uma única cidade prevaleceu, Villedor. 15 anos após a queda, em 2036, ano em que se passa Dying Light 2, Villedor é o último bastião da humanidade.

A História

Em Dying Light 2, você encarna Aiden, um Peregrino. Peregrinos são os poucos humanos que se arriscam a vagar entre assentamentos, realizando missões perigosas. Aiden tem 20 anos e vive como Peregrino desde os 14.  O objetivo de Aiden é encontrar sua irmã Mia, que ele perdeu no começo da contaminação global. Tanto ele quanto Mia eram cobaias de testes escusos, dos quais só aprendemos as finalidades no meio do jogo.Porém, Aiden possui habilidades que outros humanos não têm. Ele é mais forte, veloz e pula mais alto, perfeito para se tornar um Peregrino. O jogo começa com Aiden vagando por aí em busca de contatos que possam levar à sua família. Quando finalmente encontra um informante, Aiden se encaminha para Villedor, único lugar que ela poderia estar.  Em Villedor, Aiden é jogado no meio de um conflito de poderes entre 3 facções que buscam controlar a cidade. Os Pacificadores, Renegados e Sobreviventes. Todos buscam salvar a humanidade, porém de maneiras extremamente diferentes.  Para continuar na sua jornada em busca de Mia, Aiden participa do conflito, tomando decisões e mudando o rumo dos acontecimentos em Villedor. Aqui vale ressaltar que algumas decisões do jogador impactam em como o mundo se transforma conforme a história.  Por ter destreza física, Aiden é um recurso ótimo para as facções, que, é claro, oferecem em troca de ajuda, auxílio para encontrar Mia. Porém, a história se desdobra em dois outros lados: entender o porquê dos testes que Aiden e outras crianças sofriam e, principalmente, o destino de Villedor e da humanidade. 

Jogabilidade 

A Techland foi realmente ambiciosa com Stay Human. O jogo tem uma campanha de pelo menos 20 horas de duração, que para complecionistas extremos pode chegar a até 500 horas, de acordo com a própria desenvolvedora.  Mas a questão é se o jogo é bom o suficiente para te segurar por todo esse tempo. Eu tive tempo suficiente apenas para finalizar a história principal, jogando no modo single player e posso garantir que vou voltar bastante ao título. Dying Light já foi um ótimo jogo que trouxe um novo ar para jogos de zumbi, com foco em movimentação, parkour e um ótimo combate. Já Dying Light 2 não traz um ar tão inovador, mas, olha, é de alta qualidade. Pra começar, as mecânicas do jogo são super simples: você corre, pula, agacha, bate e bloqueia golpes. Porém, a forma com que todos os movimentos são aplicados geram um sistema de jogabilidade único. Além disso, você tem o bônus de começar com esse skillset básico e, conforme você avança na história e explora Villedor, você coleta Inibidores — que aumentam seu vigor e vitalidade — e soma pontos e níveis de experiência de combate e parkour para desenvolver uma árvore de habilidades de ambas categorias.  Isso significa que a experiência de gameplay vai ser diferente para cada jogador. Eu, por exemplo, escolhi seguir uma build balanceada, crescendo ambos nichos na mesma velocidade. Porém, se você preferir focar em apenas combate ou apenas parkour, você pode e o sistema é ótimo e bem intuitivo de seguir e te incentivar a melhorar. Além das suas habilidades, o jogo conta com boas diferenças em relação ao primogênito da franquia. Agora, não existem mais armas de fogo em Dying Light, o que sempre me pareceu fora de lugar no jogo original.  Falando em armas, existe uma gigante variedade de armas meeles no jogo, que podem ser customizadas e melhoradas, assim como itens de armadura e roupagens que influenciam nas suas estatísticas e servem como construção de estilos de gameplay diferentes. 

A Velha Villedor

O jogo, é claro, pode se tornar bastante complexo, ainda mais por ser um mundo aberto gigante em que você faz a maior parte das travessias a pé. Villedor tem vários distritos, setores com temáticas diferentes e desafios de travessia diferentes, que variam entre um subúrbio, uma cidade com prédios gigantes e até fábricas.  O grande charme de Dying Light 2 não está na sua história, mas sim na construção de mundo e design de mapa, somado, é claro, à jogabilidade e mecânicas únicas. Em VIlledor você tem, além das suas missões principais, side quests variadas e pouco repetitivas, desafios de parkour e inúmeros lugares para saquear e buscar loot.  Apesar de terem focado muito na variedade, em alguns momentos os defeitos de todo jogo mundo aberto aparecem: alguns cômodos são iguais, texturas são parecidas, NPCs repetindo frases, etc.  Porém, eu consigo perdoar tudo isso com o fato de que Villedor tem um diferencial: os infectados. Os zumbis de Villedor infestam o chão da cidade e ocupam o interior de quase todas construções, restando à civilização os telhados.  Toda movimentação segura é feita no topo da cidade e isso cria uma experiência única de mundo aberto, que é ter prazer em se movimentar pelo mapa. Toda vez que eu tinha que ir pra algum lugar era uma aventura me desafiar a fazer saltos e linhas de parkour diferentes. Além disso, Villedor tem um ciclo de dia e noite, em que os infectados ficam mais tranquilos de dia e são extremamente perigosos durante a noite, sendo mais arriscado se movimentar nesse período.  Para fechar a complexidade que é Villedor, algumas decisões do jogador impactam em como ela se transforma de fato. A cidade é dividida entre duas facções predominantes, os sobreviventes e os pacificadores. Durante o jogo você vai consertando pontos de interesse como moinhos, estações de energia e estações de água, que podem ser atribuídas a um dos dois lados e, dependendo do lado que você atribuir, você ganha benefícios diferentes na cidade, como mais tirolesas ou mais armadilhas. 

Desempenho

Antes de falar qualquer coisa sobre desempenho, é preciso esclarecer que o jogo foi testado em uma versão pré-lançamento e que ele receberá um patch de dia 1 para consertar a maioria dos bugs e glitches.  Dying Light 2 é um jogo lindo graficamente, definitivamente o que chamamos jogo de nova geração. Mas é claro que isso vem com um custo: o desempenho. Para as versões de console da nova geração, é esperado que ele rode tranquilamente em 4k 30 fps, mas, como de costume, a versão de PC tem mais dificuldades.  Eu testei o jogo em um PC com um i7 de 9º geração, 32gb de RAM e uma RTX 3060. Com essa configuração, o melhor desempenho que encontrei foi rodar o jogo no máximo em 1080p, mantendo um fps fixo em 72, sem cair pra baixo de 60.  Porém, ainda é um jogo que demanda muito e pode acabar sendo um limitador para jogadores de PC, então verifique a lista de pré requisitos acima, porque a sua experiência vai variar conforme seu hardware. Não experienciei nenhum crash ou bug além de NPCs travados. 

Dying Light 2 vale a pena? 

Dying Light 2 não só possui o conteúdo analisado neste review, como tem como ser jogado em co-op e, assim como o antecessor, tem a promessa de receber conteúdo e suporte pelos próximos 5 anos.  Com tudo isso em mente, o jogo vale muito a pena caso você seja busque uma jogatina focada em gameplay e se divertir realizando saltos impossíveis de parkour, matando zumbis e fazendo movimentos de combate em câmera lenta para dar um chute com dois pés no peito do seu inimigo, Isso porque Dying Light 2 tem uma história que tem um mundo e contexto incrível, mas se desenrola de maneira confusa e, por muitas vezes, deixa a desejar no desenvolvimento da maioria dos personagens, que só desaparecem e reaparecem de repente no enredo. Além disso, muito da história que deveria ser impactada pela decisão do jogador não tem o peso que o jogo parece dar e momentos de decisão perdem o impacto. Assim, na maioria das missões eu ficava ansioso para que as cutscenes e diálogos passassem para eu poder voltar ao parkour e combate insano.  Dying Light 2: Stay Human foi lançado no dia 4 de fevereiro para Xbox Series, Xbox One, PC, PS4 e PS5. 

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