É Loki que você quer, @?
Bem, o episódio 5 de Loki começa exatamente de onde parou na semana anterior – com nossa variante do asgardiano adotado encontrando uma pletora de versões de si mesmo de outras dimensões. Uma sequência muito bem feita de zoom, num quase plano-sequência, inclusive, nos traz de volta à trama, indo desde a Autoridade de Variância Temporal (AVT) até O Vazio, local onde o Loki protagonista está. Ali, a correria dos personagens já começa com tudo, e ficamos sabendo um pouquinho mais (mas só um pouquinho MESMO) sobre as outras versões de Loki. Quem rouba a cena certamente é o crocodilo Loki, estrela inesperada do episódio. Enquanto isso, Sylvie confronta Ravonna após a descoberta da farsa acerca dos Guardiões do Tempo. Curiosamente, é mostrado que ela realmente não sabia sobre o engodo, o que é curioso – é claro, dá para se concluir que ela resolveu partir para a ação contra a “Lady Loki” antes de pensar sobre o assunto, por isso não houve tempo para o choque, o que justificaria a transição, apesar de superficialmente. De qualquer forma, isso implica que ela também está sendo manipulada, assim como os outros agentes da AVT, mas decide usar seu poder e os recursos da instituição para chegar à origem das coisas – uma abordagem bem diferente da de seus colegas de trabalho. Sylvie, como era de se supor, acaba sendo forçada por Ravonna a cometer um “harakiri” temporal, podando a si mesma e indo para O Vazio, de encontro a suas próprias variantes. A atenção do episódio, no entanto, está voltada para todos os Lokis que convivem entre si. Uma adição interessante e muito divertida, a interação das variantes do deus da trapaça reforça a ideia de que o vilão, em todas as linhas temporais, não tem protagonismo e é preso pela AVT toda vez que tenta fazer algo diferente. Apesar disso, senti que a inserção dos personagens sofre do mesmo problema de outras referências aos quadrinhos – ela é superficial e serve apenas como uma ferramenta leve do plot, não valendo além da curiosidade. Sequer ficamos sabendo do nome das variantes – tudo bem, talvez ficasse estranho vê-las se apresentando como “Kid Loki” ou “Deus do Heroísmo” ou “King Loki”, mas as referências que comentamos serem possíveis na crítica do último episódio se perdem. Kid Loki até comenta ter matado o Thor de seu universo, o que realmente acontece nos quadrinhos, mas não passa disso. Dito isto, a interação entre os personagens continua interessante, se mantendo fiel ao aspecto da trapaça, com o Presidente Loki tendo o braço comido pelo Crocodilo Loki numa cena cômica, após revelar a traição do “Loki Deus do Heroísmo” (forma muito irônica de se referir ao personagem, aliás).
Referências, muitas referências
Bem, além das referências que a série Loki fez ao personagem homônimo neste episódio, há um caminhão de outros acenos aos quadrinhos e a todo o universo de filmes e séries da Marvel. Não dá para listar todos, mas vamos falar dos mais interessantes aqui, pelo menos. Já de início, logo após o encontro dos vários Lokis, os personagens passam pelo infame Thanoscóptero – veículo que o Titã Louco utiliza, nos quadrinhos, em sua empreitada atrás do Cubo Cósmico pelo universo. Não o vimos nos filmes certamente por parece meio ridículo nas telinhas, dada a natureza alienígena do vilão, não é? Além disso, podemos ver outros veículos, como o que parece ser o porta-aviões voador da S.H.I.E.L.D. e a nave de Ronan, O Acusador, vilão do primeiro filme dos Guardiões da Galáxia, ambas em destroços, indicando que devem ser provenientes de universos onde as coisas aconteceram de modo diferente. Além disso, também vemos um Mjölnir, o martelo de Thor, simplesmente abandonado no solo próximo aos abrigos das variantes de Loki, próximo a uma referência muito curiosa – Throg (junção de frog, sapo, e Thor), a versão anfíbia do Deus do Trovão, presa em um jarro. Também há referências a outros elementos da cultura pop, como o carro da Pizza Planet – franquia de pizzarias que é muito referenciada no universo Disney, que detém os direitos da Marvel atualmente – e o USS Eldridge, que, segundo a lenda, é um destróier estadunidense real que teria sido teleportado ou tornado invisível no Experimento Filadélfia, em 1943. Se essas referências são mais tangentes, há ainda outras que podem indicar o que vem a seguir – como o letreiro que diz “Qeng” no que parecia ser a torre dos Vingadores anteriormente. A empresa fictícia seria comandada pelo próprio Kang, O Conquistador, que especula-se ser o verdadeiro vilão da série Loki. Outro possível indicação envolvendo o vilão Kang é a presença de Alioth, a besta temporal que antagoniza os personagens durante todo o episódio. Nos quadrinhos, a criatura seria o primeiro ser a se libertar das constrições do tempo, passando a se alimentar de viajantes temporais e criando seu próprio império baseado nisso. Com um poder maior do que o próprio Kang, o personagem é bem ligado a ele – Kang até mesmo chega a fazer barreiras para evitar lidar com Alioth. Assim como muitos outros elementos, no entanto, a participação da criatura foi superficial (até agora, pelo menos).
E agora?
Bem, este episódio de Loki avançou a trama o suficiente para deixar tudo preparado para uma boa conclusão. Em sua interrogação da agente Hunter B-15, Ravonna indica que está em busca de quem está por trás da AVT e de toda a linha do tempo, como os protagonistas, tendo os recursos, mas faltando uma motivação tão profunda quanto a de Sylvie. Mobius, que para nosso deleite, sobreviveu à poda e ajudou Sylvie a escapar, terminou o episódio indo até a AVT para confrontar Ravonna, tentar acabar com a instituição e, tomara, recuperar sua vida humana – o que seria um bom final para todos os agentes e homens-minuto, na minha opinião. Quanto aos protagonistas, tem sido interessante ver a relação entre Loki e Sylvie. Apesar de parecer um tanto doentio por serem tecnicamente a mesma pessoa, é difícil não se compadecer do vilão ao vê-lo em momentos de vulnerabilidade, tentando lidar com suas emoções e hesitando em demonstrar afeto, ainda mais após sabermos como sua própria agenda é escanteada em literalmente todos os universos. Quanto a Sylvie, que é criminalizada simplesmente por existir, nem se fala. O confronto final com o Alioth, que testa a habilidade e ligação dos personagens, vem com o auxílio do Loki de Richard E. Grant, que demonstra todo o poder do Deus da Trapaça ao criar uma falsa Asgard – com uma trilha sonora que lembra bastante a Cavalgada das Valquírias, de Richard Wagner, um tema completamente nórdico e bem condizente com a jornada de um asgardiano. Seu sacrifício será lembrado, Richard E. Grant. Com essa ajuda, Loki e Sylvie conseguem encantar e derrotar o monstro, e a porta para os domínios do vilão ainda desconhecido se abre – num cliffhanger daqueles. O castelo do vilão, bem semelhante visualmente à fortaleza alemã de Neuschwanstein, não dá maiores dicas do que vem por aí, mas nos deixa cheios de expectativas. Apesar de lidar com muitas tramas e trazer muitos personagens de forma bastante superficial, o episódio conseguiu avançar a trama em um ritmo melhor do que o anterior e foi competente, no mínimo, ao preparar o terreno para o gran finale. Infelizmente, não tivemos cenas pós-crédito desta vez, deixando mais suspense ainda sobre as próximas revelações da série. O que achou da crítica do episódio 5 de Loki? Aqui no Showmetech, estamos cobrindo toda a série, então continue por aqui para ver mais análises e muito mais!