Ao contrário do CIVP, que precisa ser impresso pelo usuário e serve apenas para atestar a vacinação contra doenças, o VaccineGuard pretende rastrear todo o processo de vacinação contra a COVID-19, desde a produção do imunizante até a aplicação. Dessa maneira, todos os dados referentes à vacinação ficariam armazenados em um só lugar, podendo ser acessados sempre que for necessário. Inclusive, as informações contidas no VaccineGuard poderão ser compartilhadas entre diferentes países, como um passaporte de vacinação. Assim, sempre que um cidadão for entrar em um determinado país, os guardas de fronteira ou os agentes nos aeroportos podem acessar as informações para verificar se de fato a pessoa está imunizada. A plataforma VaccineGuard também poderá ser usada para rastrear informações sobre a COVAX, uma iniciativa que pretende garantir vacinas contra a COVID-19 às nações mais pobres, garantindo mais controle sobre o número de pessoas imunizadas e sobre a distribuição das vacinas. A Guardtime, companhia responsável pelo desenvolvimento da plataforma, também informou que a fabricante das vacinas AstraZeneca pretende usar, na Estônia, o VaccineGuard e a tecnologia blockchain para criar “uma certidão de nascimento para os fracos da vacina”. A proposta da empresa é desenvolver números de série por meio do blockchain para rastrear os frascos da vacina desde a produção até a distribuição. Como as informações inseridas nos frascos por meio do blockchain não podem ser alteradas ou copiadas, será possível verificar se o imunizante é falso ou não. A tecnologia também vai permitir controlar a distribuição e autenticidade dos certificados emitidos, sendo possível verificar se “o número de certificados emitidos na plataforma corresponde ao número de vacinas aplicadas”, conforme informou o site ZDNet. Vale lembrar que o uso de blockchain durante a pandemia de COVID-19 é uma das tendências para 2021.
Como identificar se as informações contidas no certificado digital de vacinação são verdadeiras?
A proposta é usar o VaccineGuard para controlar as fronteiras, como um certificado digital de vacinação internacional inteligente. Porém, um dos grandes desafios do projeto é garantir a legitimidade das informações contidas nos certificados de vacinação. Em entrevista ao ZDNet, Marten Kaevats, consultor digital do governo da Estônia, informou que o VaccineGuard “só pode funcionar além-fronteiras se houver certeza de que todos os fornecedores de certificados de imunização são legítimos”. Marten Kaevats aponta ainda que será difícil verificar se todos os certificados emitidos por plataformas de diferentes países são confiáveis. Uma das alternativas sugeridas pela OMS e pelo governo da Estônia para evitar falsificações do certificado digital de vacinação é oferecer um padrão unificado entre todas as plataformas. Além disso, apenas as instituições de saúde credenciadas pelos governos de cada país teriam autorização para acessar a plataforma para registrar as informações.
Conheça outros projetos de certificado digital de vacinação
Outras empresas ao redor do mundo também estão desenvolvendo projetos similares ao certificado digital de vacinação da Guardtime. As empresas Microsoft, Oracle, Mayo Clinic e Salesforce anunciaram recentemente que pretendem aderir ao Vaccination Credential Initiative (VCI) para desenvolver um passaporte de vacinação digital da COVID-19. A proposta das companhias é permitir que os usuários registrem informações referentes à imunização contra a COVID-19 em um aplicativo de Health Wallet, responsável por permitir que as informações sejam acessadas pelo smartphone e sirvam como comprovante de vacinação. Já o aplicativo Co-Win está sendo usado na Índia para rastrear as pessoas que receberam o imunizante e ainda controlar o estoque de vacinas em tempo real. Quer ficar por dentro da campanha de vacinação no Brasil? Então confira como baixar e usar o aplicativo Conecte SUS. Fonte: OMS; Reuters; Governo do Brasil; ZDNet; Tech Republic