Serão as novas telas? Algumas peças estão realmente mais caras? A inflação tem “culpa no cartório”? Ou outros fatores estão influenciando para que os atuais celulares sejam mais caros que os de antigamente? Na verdade, alguns pontos influenciam nisso diretamente, e você confere abaixo:
Planos pós-pago ficaram menos populares
Quando celulares inteligentes chegaram ao mundo pela primeira vez, o preço pelo qual eles eram vendidos realmente assustou a algumas pessoas. Mas para os produtos não ficarem parados no estoque devido ao alto valor, empresas como T-Mobile (operadora de celulares americana) passaram a vender planos em que novos modelos eram oferecidos “gratuitamente” ou por um preço muito abaixo do real. Mas a verdade é que esse celular caro nunca custou apenas esse preço. E não precisamos saber muito de tecnologia ou planos de operadora para conseguir afirmar isso. Basicamente, quando comprava um smartphone a pessoa continuava pagando o produto, mas o valor era embutido na mensalidade do plano pós-pago. Não podemos dizer que esse plano de negócio é ruim, já que ele permitiu que os novos modelos chegassem nas mãos de quem não poderia pagar por um celular caro à vista. Mas as pessoas que eram adeptas a isso passaram a perceber que pagavam quase que por dois modelos, já que havia um contrato que as prendiam ao plano. Foi nesse momento que os planos pós-pago deixaram de fazer sucesso. Quando os contratos eram encerrados as pessoas não renovavam por um simples motivo: pagavam muito por um produto que “ficava velho” em pouco mais de dois anos. Com isso, era mais fácil pagar por um celular caro pelo verdadeiro preço de mercado que ele tinha ao invés de optar por plano que te enganava oferecendo um falso preço. Com este pensamento em mente, planos pós-pago deixaram de ser populares. Mas há outros motivos para os celulares ficarem elevados.
Empresas agiram para continuar vendendo
Com o tempo passando e os modelos ficando cada vez mais avançados (materiais e telas cada vez mais resistentes), as pessoas pararam de trocar de celular com tanta frequência. Para se ter ideia, em 2011 (época de lançamento do iPhone 4s), um em cada três americanos possuíam um celular. Esse número aumentou desde então. Em 2016 por exemplo, havia um smarphone na mão de 3 a cada 4 americanos. Há muito mais celulares inteligentes no mercado e isso causa um aumento entre a troca de modelos. Por isso as empresas optaram por não apenas melhorar suas gerações antigas, mas também aumentar significativamente o preço e vender um celular caro. Se antes as pessoas antes trocavam seus aparelhos a cada 2 anos, isso vem aumentando cada vez mais (agora leva 3 anos em média, tirando as pessoas que fazem questão de trocar de celular uma vez por ano). Esse pensamento dos consumidores influenciou diretamente na receita anual das empresas, por isso grande parte delas (se não todas) aumentaram ainda mais a proporção de lucro que tiram de seus produtos. As empresas precisam continuar mantendo seus laboratórios de pesquisa para o desenvolvimento de produtos como Galaxy Fold e iPhone X continuem sendo desenvolvidos, e as vendas são a maior de renda das companhias. Usando fatos reais, em 2016 a Apple apresentou um déficit de 20% em suas vendas. Temos toda certeza que essa queda nas não afetou apenas a empresa que foi fundada por Steve Jobs, e por esse motivo era hora de aumentar os preços. Celular caro é a fonte de receita de várias empresas, e elas amam isso. E para finalizar tem mais um motivo para nós pagarmos mais em um celular.
Modelos estão ficando mais potentes
Como dissemos, os consumidores estão levando mais tempo para trocarem de celular, o que fez com que as empresas passassem a inovar cada vez mais, e como “consequência”, aumentar os preços. Desenvolver um produto inovador leva tempo e investimento. E não apenas as peças entram no “investimento”, pois custos como laboratórios de pesquisa, salários de funcionários (os que fabricam e os que vendem) também são calculados ao ser feita a precificação de um celular. E não é preciso olhar muito para o passado para perceber o quanto os smartphones mudaram (obviamente para melhor) com a chegada de novas tecnologias. Memórias RAM estão cada vez maiores, processadores estão deixando os celulares mais rápidos e com cada vez menos (na verdade quase zero) “engasgos”, sem citar as telas que estão cada vez melhores. Já se deu conta que as telas flexíveis são uma realidade? E perceba como o preço influenciou na qualidade do aparelho: em 2010, fabricar um iPhone 4s custava cerca de US$ 188 (R$ 736,00 em conversão direta) e o iPhone XS Max, no ano passado, US$ 390 (R$ 1535,00). O salto de tecnologia em menos de 10 anos foi suficiente para dizer que o preço pelo qual pagamos por um bom celular vem com uma grande parcela de benefícios.
Mas realmente vale a pena investir em um celular caro?
Caso opte por comprar um smartphone topo de linha, você vai ser considerado uma pessoa dentro de uma minoria que ainda consome produtos desse mercado. Isso porque boa parte dos modelos que fazem sucesso no Brasil não passam da casa dos R$ 2.000,00. Mas caso realmente opte pelos melhores modelos da marca que você escolheu, tenha certeza que sua compra não vai ser errada, isso porque esse modelos possuem alta durabilidade, bateria que te dá autonomia para ficar longe de uma tomada por horas (e até mesmo um dia inteiro), processamento de causar inveja a muitos computadores do passado e uma tela que entrega imagens próximas da realidade. Você não adquire apenas um celular caro, mas um pacote de funções e utilidades que vão ser úteis em seu dia a dia, uma vez que as tecnologias estão cada vez mais presentes em nossa rotina. Fonte: The Verge