Pensando nos desafios que ainda vem pela frente, a IBM divulgou algumas tendências do blockchain para 2021. A seguir, confira as principais tendências e como elas podem ajudar na retomada das atividades ao longo do ano.
O que é o blockchain?
O blockchain funciona como um banco de dados por onde todas as transações ficam armazenadas em uma espécie de livro de registros. Sempre que um usuário registra uma nova transação, ele cria um bloco que precisa ser validado pelo sistema. Depois de validado, o bloco criado é ligado a um bloco anterior. Todos os blocos são protegidos por um código complexo de letras e números, e cada bloco novo carrega o seu código e o código do bloco anterior ao qual foi ligado, criando uma corrente de blocos interligados — por isso o nome blockchain. Por causa de sua estrutura conectada, tentar hackear um blockchain não é uma tarefa fácil. Além disso, se o sistema reconhecer alguma tentativa de invasão ele automaticamente trava, o que torna o blockchain uma alternativa muito segura para empresas e governos.
Principais tendências do blockchain para 2021, segundo a IBM
De acordo com a IBM, a tecnologia blockchain atrelada à criptografia pode ser usada no processo de distribuição das vacinas contra a COVID-19. As duas tecnologias poderiam, por exemplo, monitorar a cadeia de suprimentos e controlar em tempo real a distribuição da vacina, garantindo mais segurança em todas as etapas da vacinação. O uso de âncoras criptografadas e o blockchain também podem auxiliar a identificar medicamentos falsos. A âncora criptografada é uma espécie de impressão digital que pode ser incorporada a um determinado produto e conectada a um blockchain. As âncoras criptografadas conectadas ao blockchain não podem ser duplicadas ou alteradas, ou seja, depois que uma âncora é colocada em um comprimido, por exemplo, ela não pode ser adulterada. Por meio dessas âncoras é possível identificar se um medicamento é falso ou não, garantindo assim mais segurança. Inclusive, o blockchain pode ser usado no Brasil durante a campanha de vacinação. A proposta do Projeto de Lei (PL) 5190/2020 é usar a tecnologia no registro de vacinas. Segundo o Ministério da Saúde, a ideia é criar uma cartão de vacina digital para todos os cidadãos brasileiros e substituir o Conecta SUS por um sistema blockchain. Outra tendência destacada pela IBM é o uso de soluções blockchain em redes de supermercados. A escassez de alguns produtos durante a pandemia de coronavírus emitiu um sinal de alerta para o setor sobre a importância de monitorar a cadeia de suprimentos. A própria IBM possui uma solução baseada em blockchain chamada IBM Food Trust. O IBM Food Trust permite rastrear produtos alimentícios e armazenar as informações em nuvem permitindo o acompanhamento de todas as etapas de desde o plantio até a distribuição, garantindo um maior controle da cadeia alimentar. A IBM aponta também que o blockchain pode ser usado junto com tecnologias baseadas em Inteligência Artificial (IA) para ajudar as empresas a otimizar processos internos como reposição de estoque, automatização de pedidos e a escolher os melhores métodos de envio, no caso dos e-commerces.
Como o governo poderá usar as tendências do blockchain para 2021
Ao que tudo indica, algumas tendências de blockchain para 2021 estão na mira do governo brasileiro. O Ministério do Desenvolvimento Regional apresentou em 2020 a Estratégia de Governo Digital 2020-2022. A iniciativa tem como objetivo digitalizar o atendimento ao cidadão e agilizar os processos burocráticos. O governo também apresentou a Carta Brasileira para Cidades Inteligentes, destacando a importância do uso do blockchain para reduzir os custos dos cartórios e evitar fraudes. Confira também 10 previsões para o futuro da tecnologia e dos negócios. Fonte: IBM; Senado; BBC