Ainda no espaço, ou prestes a ir, falaremos sobre o Sora-Q, um mini robô, criado por uma fabricante de brinquedos japonesa. O robô em formato de bola será lançado à lua ainda esse ano com a missão de coletar amostras de poeira lunar bem como tirar fotos de sua região de atuação. Fecharemos o trio de hoje com mais robôs, dessa vez, na Terra. Um vídeo divulgado por cientistas da Universidade de Zhejiang, no leste da China, surpreendeu o mundo pela semelhança entre a vida real e a ficção. Em um denso bambuzal, dez pequenos drones voam um ao lado do outro na mesma direção rumo a um alvo a dezenas de metros de distância, esquivando-se de galhos, morros e outros obstáculos.
Valsa dos astronautas
Ser astronauta é sinônimo de inteligência, muito esforço e até mesmo um certo heroísmo. Mas um vídeo divulgado pelo astronauta Mathias Maurer mostrou que eles também se divertem no espaço. Ao som da clássica música de valsa “Danúbio Azul’, de Johann Strauss, Maurer e seus companheiros de missão “dançam” na gravidade zero enquanto vestem seus trajes espaciais. Embora divulgado como uma diversão no Twitter de Maurer, a coreografia, na verdade, faz parte da série de testes que os astronautas fazem após vestir os trajes, para garantir a segurança durante a viagem para casa. Eles até apelidam os passos como “a valsa do ajuste do traje”. No dia seguinte à publicação do vídeo, a cápsula SpaceX Crew Dragon Endurance desacoplou da Estação Espacial Internacional (ISS), encerrando a estadia de seis meses dos quatro astronautas da missão Crew-3 a bordo do laboratório orbital e pousaram no mar da Flórida, nos Estados Unidos. Os quatro astronautas Raja Chari, da NASA, Tom Marshburn e Kayla Barron, e Maurer, da Agência Espacial Europeia (ESA), da missão Crew-3, tiveram uma estadia bem agitada em órbita, trabalhando em mais de duas centenas de diferentes investigações científicas e conduzindo três caminhadas espaciais.
Mini robôs de exploração espacial
A Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) enviará um modelo totalmente inusitado de robô para a superfície lunar ainda esse ano. Primeiramente, ele é do tamanho de uma bola de beisebol. E em segundo lugar, o robozinho, chamado SORA-Q, foi construído por uma fabricante de brinquedos japonesa. E em terceiro lugar, o robô é uma espécie de “transformer”, que se modifica para correr pela Lua. Desenhado para analisar dados sobre a poeira lunar, o robô de 250 gramas fabricado pela empresa Tomy, e chegará ao nosso satélite natural a bordo do módulo de pouso comercial HAKUTO-R. Sony e a Doshisha University também participaram do projeto. O objetivo da missão é coletar amostras de poeira lunar, conhecida por ser altamente corrosiva para roupas de astronautas, aparatos tecnológicos e a pele humana, bem como tirar fotos de sua região de atuação. Em solo lunar, SORA-Q transformará em um rover com rodas semiesféricas em cada lado e abrirá uma câmera na parte superior com lentes voltadas para frente e para trás. As rodas permitirão que ele role na maioria das superfícies lisas como um veículo de duas rodas. “O robô lunar transformável será um robô ultracompacto e ultraleve que pode atravessar o ambiente lunar hostil”, afirmou a JAXA. Se tudo acontecer como planejado, o Japão estará ingressando no seleto grupo de países que conseguiram pousar uma espaçonave na superfície da Lua, que conta atualmente com EUA, Rússia e China. Será um pequeno robô, mas um grande passo para o programa espacial japonês. Não foram divulgadas mais informações de quando exatamente o robôzinho será enviado a Lua. Até o momento, sabe-se apenas que será ainda em 2022.
Drones autônomos que desviam de objetos
Não é novidade que existam drones autônomos, mas após um vídeo divulgado por cientistas da Universidade de Zhejiang, o mundo se surpreendeu com o poder da Inteligência Artificial (AI) de dez pequenos robôs sobrevoando uma região florestal se desviado de árvores, galhos, passam por espaços apertados entre os caules dos bambus, tudo sem orientação humana, para chegar ao alvo final, no meio da mata. O vídeo é resultado do estudo, publicado na revista Science Robotics. As cenas realmente parecem terem saídos de filmes futuristas, inclusive os títulos “Star Wars”, “Prometheus” e “Blade Runner 2049” foram citados pelos cientistas no relatório final. Estes dispositivos, especialmente projetados para o experimento, são equipados com uma câmera estéreo, sensores e um computador. Um algoritmo específico, por meio de compartilhamento de dados de câmeras de detecção de profundidade, foi desenvolvido para eles. Assim, os dez robôs trabalham em conjunto, recalcular a rota, com base em informações coletadas por outro dispositivo, para fugindo de obstáculos. Visto que estes drones não dependem de nenhuma infraestrutura externa (como o GPS), os enxames poderiam ser usados após desastres naturais. Por exemplo, depois de um terremoto, para identificar os danos e aonde enviar ajuda. Ou em um edifício danificado onde as pessoas não consigam entrar sem correr riscos, bem como transportar objetos pesados que não podem ser erguidos por uma única máquina. E quanto às aplicações em conflitos bélicos? Os drones já são amplamente usados pelo exército e o Pentágono — Departamento de Defesa dos Estados Unidos — expressa reiteradamente seu interesse nestes enxames, que também está testando por conta própria. Com certa modéstia, os autores comentaram que “É parte dos aspectos bons e ruins de ter ciência com acesso aberto”.
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